Cultura
Lula e MinC lamentam morte de Verissimo: ‘Marcou a literatura e o jornalismo nacional’
O escritor, considerado o maior cronista brasileiro, morreu neste sábado, aos 88 anos; o governo do Rio Grande do Sul, estado em que ele nasceu, decretou luto oficial


O presidente Lula (PT) e o Ministério da Cultura lamentaram, em notas, o falecimento do escritor e jornalista Luis Fernando Verissimo, aos 88 anos, neste sábado 30.
A morte do considerado o maior cronista brasileiro foi confirmada, ainda durante a manhã, por familiares. Ele, que é autor de mais de 80 livros, lidava desde 2021 com as consequências de um acidente vascular cerebral (AVC). Nas últimas três semanas, foi acometido por uma pneumonia.
Para Lula, a morte de Verissimo marca a passagem de “um dos maiores nomes de nossa literatura e nosso jornalismo”. “Sua descrição bem-humorada da sociedade ganhou espaço nas livrarias e na TV, com a Comédia da Vida Privada. E, como poucos, soube usar a ironia para denunciar a ditadura e o autoritarismo; e defender a democracia”, anotou o presidente na nota de pesar.
O MinC, por sua vez, destacou o icônico estilo de escrita de Verissimo no comunicado em solidariedade aos familiares do autor. “Verissimo marcou a literatura e o jornalismo nacional com sua escrita inteligente, irônica e bem-humorada. […] Estreou em 1969 e construiu uma trajetória sólida e diversificada, transitando entre a crônica, a ficção, o conto, a tradução e o humor gráfico.”
A pasta lembrou que Verissimo, ainda em vida, foi homenageado pelo governo brasileiro em 1996, quando recebeu a Ordem do Mérito Cultural no ano de estreia da honraria.
Natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, ele completaria 89 anos no próximo dia 26. O governo do estado decretou luto de três dias, a informação foi compartilhada pelo próprio governador, Eduardo Leite (PSD). “O Rio Grande do Sul e o Brasil perdem um dos grandes nomes da literatura nacional, cuja obra marcou gerações de leitores com sacadas inteligentes e um humor peculiar para falar dos nossos desafios como brasileiros”, escreveu. “Em reconhecimento à sua trajetória e contribuição à cultura, decreto três dias de luto oficial no Estado.”
Verissimo foi, além de cronista, tradutor, jornalista e músico. Sua morte também foi lamentada pelo Sport Club Internacional, time de futebol do qual o autor era torcedor. “Hoje nos despedimos de um colorado que, com sua escrita, marcou o imaginário do povo brasileiro”, destacou o Internacional em seu perfil oficial com uma foto de Verissimo ao lado da bandeira do clube.
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