Cultura

Lenda do cinema Kirk Douglas morre aos 103 anos

‘Para o mundo, ele era uma lenda, um ator da era dourada do cinema’, diz filho Michael Douglas

(Foto: HO / AFP)
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A lenda de Hollywood Kirk Douglas morreu nesta quarta-feira 05 aos 103 anos, informou seu filho, o também ator Michael Douglas.

“É com enorme tristeza que meus irmãos e eu anunciamos que Kirk Douglas nos deixou hoje aos 103 anos de idade”, escreveu o ator em sua página no Facebook.

“Para o mundo, ele era uma lenda, um ator da era dourada do cinema, que viveu bem seus anos de ouro, um humanitário cujo comprometimento com a justiça e as causas nas quais acreditava marcava uma pauta à qual todos nós devíamos aspirar. Mas para mim e meus irmãos, Joel e Peter, era simplesmente papai”.

Uma das últimas vezes que Kirk foi visto em público foi quando Michael recebeu uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, em novembro de 2018.

Kirk Douglas (Nova York, 1916) interpretou papéis que marcaram a história do cinema, do escravo Spartacus com espada na mão ao pintor holandês Vincent van Gogh. Trabalhou em mais de 80 filmes mas, diferentemente das novas gerações, nunca aceitou um papel em uma sequência.

Ele recebeu três indicações aos Prêmios da Academia em seis décadas de carreira, mas a estatueta só veio em 1996, quando recebeu um Oscar honorário.

E à medida que sua saúde o impediu de voltar aos sets de gravação, juntamente com sua agora viúva, Anne Buydens, cada vez mais filantropo, expressando sua intenção de doar para obras de caridade na maior parte de sua fortuna quando os dois morressem.

O casal reconstruiu 400 pátios escolares em Los Angeles e foi responsável pela construção do “Harry’s Haven”, unidade de tratamento para o Alzheimer inspirada no nome do pai de Kirk no Lar do Fundo do Cinema e da TV em Woodland Hills, Califórnia.

“A vida de Kirk foi bem vivida e deixa um legado no cinema que vai perdurar por gerações e uma história como um renomado filantropo que trabalhou para ajudar o público e levar paz ao planeta”, expressou Michael. “Te amo e me sinto orgulhoso de ser seu filho”.

Filho de imigrantes russos analfabetos, Issur Danielovitch, o nome que recebeu ao nascer em um bairro pobre de Nova York, estudou na Academia de Artes Dramáticas.

 

“Champion”, de 1949, rendeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator. Entre seus personagens e filmes mais famosos estão Van Gogh na produção de 1956 “Sede de Viver”, “Duelo de Titãs” (1957), “Spartacus” (1960) e “Sete Dias de Maio” (1964).

“Ele deixou uma marca indelével no cinema”, disse a presidente do Sindicato dos Atores (SAG), Gabrielle Carteris, sobre “uma das últimas lendas da era de ouro de Hollywood”.

“Foi uma voz poderosa que ajudou a acabar com a lista negra em Hollywood”, acrescentou, em referência à prática de negar emprego a profissionais do entretenimento, entre as décadas de 1940 e 1960, sob suspeita de ter simpatia ou laços comunistas. Douglas retirou das sombras o roteirista vetado Dalton Trumbo, ao incluir seu crédito em “Spartacus”.

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