Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

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Karina Buhr: ‘Bilhete premiado com pandemia e Bolsonaro ao mesmo tempo’

Cantora e compositora fala da carreira, das dificuldades na pandemia e da esperança de que o atual governo acabe em 2022

Karina Buhr: ‘Bilhete premiado com pandemia e Bolsonaro ao mesmo tempo’
Karina Buhr: ‘Bilhete premiado com pandemia e Bolsonaro ao mesmo tempo’
Foto: Divulgação
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A versatilidade de Karina Buhr fez com que ela se mantivesse ativa durante a pandemia. A cantora e compositora vinha fazendo shows do seu quarto álbum solo, o contundente Desmanche, lançado em meados de 2019, quando, de repente, o mundo parou por causa da Covid-19.

Sem poder subir mais aos palcos, ela se centrou em outras atividades que já desenvolvia e às quais a pandemia permitiu total dedicação: ilustrar e escrever. Desse processo, deve sair até um livro neste ano – mais um, já que em 2015 lançou uma obra de poesias.

Ainda sobre o disco Desmanche, lamenta o fato de ele ser ainda atual. “O caos em que a gente está agora vinha sendo construído. Esse disco é muito do verbo desmanchar, do desmanche político, social”, diz.

Karina comenta que cada artista viveu sua realidade na pandemia. “Os artistas são diferentes não só pelo trabalho, mas alcance de público, se tem patrocínio ou não”, afirma. Ela parou quase totalmente, realizando poucas lives.

“Do mainstream (artistas estabelecidos na indústria da música com dinheiro e fama) é muito pouca gente. Ele não se abala. Tem artista (do mainstream) que disse que tá fazendo show porque ficou sem trabalho na pandemia. Assim não, gente”, retruca ela, que, ao contrário, precisou se virar muito para sobreviver a tanto tempo de reclusão.

“Vai demorar muito para recuperar. Tem uma euforia, mas está muito nervoso ainda. O estrago foi grande”, diz.

“Foi bilhete premiado com pandemia e Bolsonaro ao mesmo tempo”, ironiza. “Não sei o que dizer para merecer isso”. Ela credita que viveremos uma agonia até as eleições. A esperança que lhe serve de alimento para este ano é saber que o atual governo pode acabar.

Buhr cita a importância de pessoas que gostam de arte fazê-la circular, prestigiar, neste momento difícil: “Teremos que construir juntos”.

Assista à íntegra da entrevista de Karina Buhr a CartaCapital:

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