Cultura
Jonathan Swift em escárnio japonês
Satirista demolidor, o anglo-irlandês Jonathan Swift morreu em 1745 sem terminar as suas Instruções aos Criados, ainda não traduzido ao português
O autor de As Viagens de Gulliver e A Arte da Mentira Política iniciara 14 anos antes essas orientações de ironia corrosiva a cavalariços, mordomos, cozinheiros etc., entre 16 tipos de serventes de uma casa grande.
Em 1978, o diretor da vanguarda teatral japonesa Shuji Terayama (1935-1983) imaginou um festim em que esses criados vestem-se e comportam-se como os patrões, em sua ausência, subvertendo as regras de Swift.
Inspirado no “teatro total” dos gêneros tradicionais nô e kabuki, o diretor concebeu uma ópera de feições contemporâneas, com dança, rock, artes marciais, mascaradas, circo, vídeo, performance etc.
Os discípulos do multiartista Terayama fundaram o grupo Ban’yu Inryoku e recriaram a sua concepção de 1978 para a obra de Swift, agora apresentada com 24 atores e músicos.
A raridade integra as comemorações dos 120 Anos do Tratado de Amizade Brasil-Japão.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.