Cultura
Invisíveis aqui e lá
Em Elefante Branco, Pablo Trapero cria um hospital sonhado por um socialista para ser o maior da América do Sul


Elefante Blanco
Pablo Trapero
É fácil compreender o título do novo filme de Pablo Trapero, Elefante Blanco. No caso, o projeto extravagante diz respeito a um hospital sonhado por um socialista em Buenos Aires para ser o maior da América do Sul. O Brasil conhece iniciativa similar no Rio, obra inacabada de um governo militar, implodida em 2010. Hoje o esqueleto abandonado na capital argentina serve como referência a uma villa, favela para os portenhos. Ali o diretor de Leonera e Abutres elaborou seu drama sobre o engajamento de dois padres (Ricardo Darín e Jérémie Renier) para mudar a situação de miséria e violência das drogas exibido na seção Um Certo Olhar, do 65º Festival de Cannes. Também soa familiar aos brasileiros.
Trapero parte do olhar sobre fatos invisíveis do cotidiano para construir um painel ficcional e documental. Além do local onde estabelece a história, há apenas um personagem real neste universo, o padre Mugica, religioso ligado a lutas populares assassinado em 1974 e reverenciado por fiéis. “Este é um dos paradoxos do filme”, atenta Trapero a CartaCapital durante entrevista a jornalistas. “Não havia ainda ditadura e Mugica supostamente foi morto por um grupo extremista de direita.” As outras questões conflituosas a que se refere estão ligadas à ação dos religiosos numa comunidade que pouco pode acreditar na mudança daquele estado de coisas. Assim como também o mais jovem sacerdote, interpretado por Renier, duvida da vocação ao encontrar a bela assistente social vivida por Martina Gusmán, mulher de Trapero.
Elefante Blanco
Pablo Trapero
É fácil compreender o título do novo filme de Pablo Trapero, Elefante Blanco. No caso, o projeto extravagante diz respeito a um hospital sonhado por um socialista em Buenos Aires para ser o maior da América do Sul. O Brasil conhece iniciativa similar no Rio, obra inacabada de um governo militar, implodida em 2010. Hoje o esqueleto abandonado na capital argentina serve como referência a uma villa, favela para os portenhos. Ali o diretor de Leonera e Abutres elaborou seu drama sobre o engajamento de dois padres (Ricardo Darín e Jérémie Renier) para mudar a situação de miséria e violência das drogas exibido na seção Um Certo Olhar, do 65º Festival de Cannes. Também soa familiar aos brasileiros.
Trapero parte do olhar sobre fatos invisíveis do cotidiano para construir um painel ficcional e documental. Além do local onde estabelece a história, há apenas um personagem real neste universo, o padre Mugica, religioso ligado a lutas populares assassinado em 1974 e reverenciado por fiéis. “Este é um dos paradoxos do filme”, atenta Trapero a CartaCapital durante entrevista a jornalistas. “Não havia ainda ditadura e Mugica supostamente foi morto por um grupo extremista de direita.” As outras questões conflituosas a que se refere estão ligadas à ação dos religiosos numa comunidade que pouco pode acreditar na mudança daquele estado de coisas. Assim como também o mais jovem sacerdote, interpretado por Renier, duvida da vocação ao encontrar a bela assistente social vivida por Martina Gusmán, mulher de Trapero.
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