Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

Índio da Cuíca exalta em disco o instrumento pouco usado na música brasileira

Obrigatória nas baterias de escola de samba, a cuíca tem ocupado menos espaço em gravações e shows

Foto: Alfredo Alves/Divulgação
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Um dos instrumentos que mais traduzem a brasilidade pelo mundo afora teve um bom disco lançado em 2021. O trabalho chama-se Malandro 5 Estrelas (QTV Selo) e foi apresentado por Índio da Cuíca.

Nascido no morro do Borel, no bairro da Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o músico tem estreita ligação com o samba desde criança, já que seu pai foi fundador da Unidos da Tijuca. Daí foi um passo para tocar instrumentos de percussão.

Depois de se envolver com grupo de samba, passou a ser músico em shows e gravações de muita gente, de Alcione e Roberto Carlos. Com sua cuíca, viajou o mundo também com grupos artísticos de exaltação aos ritmos brasileiros.

Agora, com 70 anos, ele lança esse que é o seu primeiro disco solo numa exaltação à cuíca. O time que lhe acompanha na gravação é de jovens talentos do samba do Rio – profícuo, nisso, aliás.

Destaque para a direção musical e arranjos de Gabriel de Aquino e do cavaquinho e bandolim de Alaan Monteiro. Completam o time Luizinho do Jêje e Pedrinho Ferreira (percussões), Guto Wirtti (baixo acústico, baixo elétrico) e Luiz Otávio (teclados).

No disco, todas as composições são da autoria somente de Índio da Cuíca. São músicas simples, mas revelam toda a malemolência desse personagem típico carioca com a cuíca na mão.

O álbum abre com A Cuíca Chora, uma ode ao instrumento. Em seguida, o ritmo calango instrumental de Stribinaite Camufraite Oraite.

Na faixa Cuíca Malandra/Cuíca Encantada, um samba de exaltação ao instrumento. Depois vem Shirley, um bolerão em homenagem a sua mulher.

Na quinta música do disco, o afro em Jogo de Malandro. Em Brincando em Ré Maior, Índio toca uma música instrumental no violão. No Medley Ogum, a força dos sambas-afro. Na oitava faixa, a música Melódica com um belo solo de cuíca. Depois vem o samba Sonho Realizado. O álbum encerra com a cuíca na batida do funk em Baile do Bambu.

O Malandro 5 Estrelas é um dos bons registros fonográficos de 2021, não somente pela valorização de um instrumento símbolo do samba, mas pela categórica interpretação de Índio no disco. Ressalta-se que a cuíca é um dos instrumentos obrigatórios por regulamento de existir em uma bateria de escola de samba nos desfiles.

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