Cultura
Identidade roubada
O Duplo, obra de Fiodor Dostoievski que trata do sofrimento de um pequeno funcionário público russo convencido do roubo de sua identidade, ganha caprichada edição
Identidade roubada
Ryszard Kapuscinski é um poeta que encontrou na reportagem seu meio de expressão e na dor da guerra, o olho da tormenta por meio do qual pode divisar o essencial do humano. “Uma vez experimentada a guerra, nunca acabará no coração de quem sobrevive”, escreveu uma vez. Conflitos civis, golpes de estado, genocídios tribais, êxodos e exílios, onde a história estivesse acontecendo Kapuscinski era enviado pela agência de notícias polonesa
em que trabalhava.
Escreveu duas obras-primas, O Imperador e Imperium, e tem a reportagem O Xá dos Xás agora publicada na exemplar coleção Jornalismo Literário, da Companhia das Letras. Basta começar a ler Kapuscinski para entender por que sua obra extrapolou os limites do jornalismo: é informativa e exaustivamente pesquisada, e possui excepcional qualidade analítica. No entanto, por trás da prosa cinzelada e muscular, investe em um elemento humano que só um poeta consegue abarcar. – Vinicius Jatobá
O Xá dos Xás narra a derrocada do último xá da Pérsia. No contexto, o modo como a sobrevalorização do petróleo levou o líder a abarcar um projeto sufocante de odernização que tanto rachou a identidade cultural iraniana quanto o apoio popular a seu reinado despótico. A obra de Kapuscisnki alimenta-se dessas duas energias: a voragem do desejo por dignidade e vida melhor que a guerra desperta nos afligidos pela miséria e como o uso pessoal do poder, vaidoso e alienante, é sempre negativo, sempre motor de frustração e desigualdade.
Uma voz pelo Humanismo
As grandes transformações trabalhistas, especialmente as decorrentes da globalização da economia, sempre foram de grande interesse de Antonio Rezk (1933-2005), humanista que desenvolveu um forte trabalho comunitário no início dos anos 1970, foi vereador eleito por São Paulo em 1975, pelo MDB, e deputado estadual por dois mandatos consecutivos.
As reflexões de Rezk sobre estruturas sociais, econômicas e políticas do capitalismo contemporâneo ganham agora edição póstuma. Ruptura – Anomia na civilização do trabalho será lançado neste sábado 3, no Memorial da Resistência, em São Paulo.
O pensador, escritor e fundador do Movimento Humanismo e Democracia, do Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos, vice-presidente da União Brasileira de Escritores e um dos reorganizadores do Partido Comunista Brasileiro será homenageado por
sua luta contra a ditadura.
Identidade roubada
Ryszard Kapuscinski é um poeta que encontrou na reportagem seu meio de expressão e na dor da guerra, o olho da tormenta por meio do qual pode divisar o essencial do humano. “Uma vez experimentada a guerra, nunca acabará no coração de quem sobrevive”, escreveu uma vez. Conflitos civis, golpes de estado, genocídios tribais, êxodos e exílios, onde a história estivesse acontecendo Kapuscinski era enviado pela agência de notícias polonesa
em que trabalhava.
Escreveu duas obras-primas, O Imperador e Imperium, e tem a reportagem O Xá dos Xás agora publicada na exemplar coleção Jornalismo Literário, da Companhia das Letras. Basta começar a ler Kapuscinski para entender por que sua obra extrapolou os limites do jornalismo: é informativa e exaustivamente pesquisada, e possui excepcional qualidade analítica. No entanto, por trás da prosa cinzelada e muscular, investe em um elemento humano que só um poeta consegue abarcar. – Vinicius Jatobá
O Xá dos Xás narra a derrocada do último xá da Pérsia. No contexto, o modo como a sobrevalorização do petróleo levou o líder a abarcar um projeto sufocante de odernização que tanto rachou a identidade cultural iraniana quanto o apoio popular a seu reinado despótico. A obra de Kapuscisnki alimenta-se dessas duas energias: a voragem do desejo por dignidade e vida melhor que a guerra desperta nos afligidos pela miséria e como o uso pessoal do poder, vaidoso e alienante, é sempre negativo, sempre motor de frustração e desigualdade.
Uma voz pelo Humanismo
As grandes transformações trabalhistas, especialmente as decorrentes da globalização da economia, sempre foram de grande interesse de Antonio Rezk (1933-2005), humanista que desenvolveu um forte trabalho comunitário no início dos anos 1970, foi vereador eleito por São Paulo em 1975, pelo MDB, e deputado estadual por dois mandatos consecutivos.
As reflexões de Rezk sobre estruturas sociais, econômicas e políticas do capitalismo contemporâneo ganham agora edição póstuma. Ruptura – Anomia na civilização do trabalho será lançado neste sábado 3, no Memorial da Resistência, em São Paulo.
O pensador, escritor e fundador do Movimento Humanismo e Democracia, do Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais e Tecnológicos, vice-presidente da União Brasileira de Escritores e um dos reorganizadores do Partido Comunista Brasileiro será homenageado por
sua luta contra a ditadura.
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