Cultura

Filmes brasileiros perderam público e renda entre 2022 e 2023, registra Ancine

Obras estrangeiras, por outro lado, tiveram um aumento nos dois índices

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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O público e a renda da exibição de filmes brasileiros nos cinemas caíram em 2023, em comparação com o ano anterior, segundo dados da Agência Nacional do Cinema, a Ancine. Os números constam do Painel Indicadores do Mercado de Exibição, no site da instituição.

De acordo com a plataforma, o público das obras cinematográficas brasileiras foi de 4,05 milhões de pessoas em 2022 para 2,94 milhões em 2023, uma queda de 27,4%. Já a renda caiu de 71,38 milhões para 52,77 milhões de reais no período, uma baixa de 26%.

Enquanto isso, o painel da Ancine aponta saldo positivo para os filmes estrangeiros.

Em 2022, as obras de outros países tiveram um público de 91,33 milhões de pessoas e uma renda de 1,75 bilhão de reais, contra 109 milhões de pessoas e 2,14 bilhões de reais em 2023.

De acordo com o site, em 2022, 95,37 milhões de pessoas foram aos cinemas brasileiros e geraram uma renda de 1,82 bilhão de reais, contra quase 112 milhões de pessoas e 2,2 bilhões de reais em 2023.

Em 2022, apenas 4,2% do público e 3,9% da renda dos cinemas eram provenientes de filmes brasileiros. No ano passado, esses índices encolheram para 2,6% e 2,4%, respectivamente.

Ainda de acordo com a plataforma, foram exibidos 428 títulos estrangeiros e 245 nacionais em 2022, ante 451 estrangeiros e 267 nacionais em 2023.

Os números atuais são bem piores para os filmes brasileiros do que os observados em 2019, quando foram registrados 23 milhões de pessoas e 320 milhões de reais de renda. Em 2020, os números também foram mais expressivos: 9 milhões de público e 141 milhões de reais de renda.

Só em 2021, ápice da pandemia, os índices foram inferiores: 913 milhões de pessoas e 15 milhões de renda. Nos dados gerais e para os filmes estrangeiros, o pior ano foi 2020.

Cota para filmes brasileiros

Em dezembro, o Congresso enviou para a sanção do presidente Lula (PT) o projeto que estipula uma cota para a exibição de filmes brasileiros nos cinemas. A chamada “cota de tela” havia acabado em 2021, quando expirou o prazo de 20 anos previsto por uma medida provisória.

O texto determina um número mínimo de sessões e de filmes brasileiros para as salas, os espaços e os locais de exibição pública comercial de obras cinematográficas. Os detalhes serão regulamentados por decreto.

Em nota à reportagem, a Ancine mencionou a recuperação pós-pandemia no mercado de salas de cinema, mas reconheceu que “os números do cinema nacional não retomaram uma trajetória de crescimento”.

A instituição atribuiu a redução do índice ao fato de a cota de tela não ter estado em vigor.

“Em um ano em que a cota de tela para filmes brasileiros não esteve em vigor, até a 51ª semana cinematográfica, os longas-metragens brasileiros responderam por apenas 6,7% das sessões programadas e obtiveram um público de 2,94 milhões de espectadores, cerca de 2,6% do total, inferior aos 4,2% obtidos considerando todo o ano de 2022. A expectativa é que, com a renovação do instituto da cota de tela, aprovado pelo Congresso Nacional e a espera de sanção presidencial, o cinema brasileiro retome seu espaço”, diz nota.

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