Filme traz debate com artista independente sobre papel do disco na era do single

Longa-metragem mostra opinião de músicos fora do mainstream entre o lançamento de uma música e o álbum com várias faixas

Foto: Divulgação

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A discussão proposta pelo longa-metragem Brasa (76 min) é oportuna. Ela se centra em opiniões de artistas independentes sobre o lançamento do chamado single e o álbum com várias faixas. O filme-documentário foi ao ar este mês e tem nova exibição prevista para o dia 19 de junho, às 18h45, no canal de TV por assinatura Music Box Brazil.

É bom ressaltar que sempre se lançou na história da indústria fonográfica, há mais de um século, registro com uma ou duas faixas de música. Esse formato ganhou popularidade no Brasil nos anos 1950, com o compacto simples de vinil, com uma faixa de cada lado. Essa mídia funcionou muito bem no lançamento de artistas até a década de 1970.

Agora, músicos voltam a apresentar singles avulsos por plataformas de música na internet ao invés de apresentar álbuns de nove a 14 faixas de música.

O longa-metragem Brasa, com direção de Marcelo Perdido e do cineasta Bruno Graziano, de forma livre, expõe depoimentos de artistas independentes sobre a questão, convergindo na contramão da tendência do mercado.

Marcelo Jeneci, em seu depoimento, fala da importância de reunir canções e o papel do álbum como demonstração da evolução do trabalho. A cantora baiana Nana também vai por esse caminho e valoriza o registro de um ciclo por meio de um disco.

No filme, Negro Léo crê que pessoas estabelecidas na indústria da música tendem mais a lançar singles. Tatá Aeroplano, que já possui mais de uma dezena de álbuns lançados, tem no modelo a forma de sobrevivência a partir da venda dos mesmos em shows e site.


Rafael Castro encontrou facilidade na gravação de músicas pelo computador. E considera a possibilidade de se fazer singles como forma de se trabalhar melhor as músicas. Ele, no entanto, não largou o formato do álbum.

Anelis Assumpção conta a experiência (difícil) de se fazer disco independente no país. A cantora Luiza Lian ressalta a importância da visão macro que se dá do trabalho apresentado com várias músicas.

Bárbara Eugênia e João Erbetta, do seu modo, também entram no debate. O diretor Marcelo Perdido, narrador do filme, lançou um disco, o Brasa (que dá nome ao longa), e coloca a prova o seu trabalho, de forma performática, com o crítico musical Marcelo Costa.

A produção do longa-metragem traz uma discussão atual para quem não faz parte do mainstream ou da indústria dominante.

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