Cultura

Filme brasileiro “Bacurau” ganha prêmio do júri no festival de Cannes

O filme de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dorneles narra a história de um povoado do sertão perseguido por assassinos americanos

Filme brasileiro “Bacurau” ganha prêmio do júri no festival de Cannes
Filme brasileiro “Bacurau” ganha prêmio do júri no festival de Cannes
O diretor francês Ladj Ly (à dir.) com os brasileiros Juliano Dornelles (centro) e Kleber Mendonça Filho. Foto: Valery HACHE / AFP
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O filme “Bacurau”, de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dorneles recebeu neste sábado 25 o prêmio do júri do Festival de Cinema de Cannes. Os diretores brasileiros dividiram a honraria com o francês Ladj Ly, pelo filme “Les Misérables”

“Bacurau” é um dos 21 filmes na disputa pela Palma de Ouro e o único latino-americano na seleção. Ao receber o prêmio, Mendonça lembrou que há vinte anos frequenta o festilva de Cannes, desde a época em que era crítico de cinemas. “É muito estranho agora estar nesse palco”, declarou o diretor.

“Trabalhamos para a cultura no Brasil e o que precisamos é de seu apoio”, disse Mendonça ao receber o prêmio. Ele já competiu pela Palma de Ouro em 2016 com “Aquarius”.

Já Dornelles lembrou que o projeto contou com o trabalho de muita gente, com “pessoas trabalham duro para que esse filme ficasse pronto. Dedico a todos os trabalhadores do Brasil, da Ciência e da Cultura”, disse o diretor.

“Bacurau” narra a história de um pequeno povoado do sertão perseguido por um grupo de assassinos americanos. O filme é visto como uma mensagem de resistência ao atual governo de extrema-direita do Brasil.

O filme se passa dentro de alguns anos no Brasil. O povoado de Bacurau, localizado no Sertão do Seridó, desaparece do mapa na internet. Os celulares param de funcionar, deixando os moradores isolados. Os assassinos têm carta branca para liquidar todo mundo, mas a comunidade se organiza para resistir.

Essa edição foi histórica para o Brasil, presente no Festival de Cannes com sete filmes, entre produções e coproduções. Além de “Bacural”, de Kléber Mendonça Filha, na disputa pela Palma de Ouro e “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Karim Aïnouz,  que conquistou a mostra Um Certo Olhar, “Indianara”, de de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, elogiado na mostra Acid, e “Sem Seu Sangue”, de Alice Furtado, exibido na Quinzena dos Realizadores, as coproduções “O Traidor”, “Breve História del Planeta Verde” e a animação “Bob Cuspe – Nós não gostamos de gente” completaram a presença brasileira, que ficou atrás apenas da França, dos Estados Unidos e da Bélgica em número de filmes apresentados. Sem esquecer a presença de Rodrigo Teixeira, produtor brasileiro que desembarcou em Cannes com três projetos.

Com informações de AFP e RFI.

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