Cultura
Filme americano ‘Anora’ leva a Palma de Ouro do Festival de Cannes
O filme conta, com humor, a história de uma stripper que acaba se casando com o jovem herdeiro de um oligarca russo em Las Vegas


O filme americano “Anora”, do diretor Sean Baker, que conta com humor a relação entre uma stripper e um jovem herdeiro, recebeu, neste sábado (25), a Palma de Ouro do 77º Festival de Cinema de Cannes.
“Este filme é magnífico, está cheio de humanidade […] nos dilacerou”, declarou a presidente do júri, a diretora Greta Gerwig.
Baker, nome de destaque do cinema independente, que saltou para a fala com “Florida project”, dedicou o prêmio “a todas as trabalhadoras do sexo”.
O filme conta a história de uma stripper, interpretada por Mikey Madison, que acaba se casando com o jovem herdeiro de um oligarca russo (Mark Eydelshteyn) em Las Vegas.
Apesar da temática sexual, o filme tem tom de comédia e chega a ser afetuoso.
“Todos estamos fascinados com o mundo do trabalho sexual”, disse recentemente Baker, que abordou este tema em vários filmes anteriores.
Mas o comércio sexual divide opiniões. Muitos o veem como explorador, enquanto outros acreditam que pode ser libertador, afirmou Baker.
“Pode ser explorado infinitamente”, disse o diretor, que se impôs a missão de mostrar personagens que lidam com os mesmos problemas mundanos dos demais.
Outro premiado na cerimônia de encerramento da mostra, neste sábado, o diretor americano George Lucas, criador da saga “Guerra nas Estrelas”, recebeu a Palma de Ouro honorária das mãos do amigo, o também cineasta Francis Ford Coppola.
Esta lenda viva de Hollywood, de 80 anos, “engrandeceu os ‘blockbuster‘ e deu aos espectadores de todo o mundo um prazer sem igual”, segundo a direção do festival.
“Fui apenas um menino que cresceu nos campos da Califórnia e queria fazer filmes”, declarou Lucas.
O festival o comparou a J.R.R. Tolkien, escritor e criador de “O Senhor dos Anéis” por imaginar “um universo com sua geografia, suas populações, seus idiomas, seus valores morais e, inclusive, seus veículos”.
Através dos “nove episódios da saga ‘Guerra nas Estrelas’, inclusive quatro dirigidos por ele mesmo, George Lucas constrói um império de Hollywood”, destacou a mostra.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Cinema argentino ganha prêmio em Cannes e ergue a voz contra os cortes de Milei
Por AFP
“Admiro profundamente este homem”, diz Oliver Stone na exibição do documentário “Lula” em Cannes
Por RFI
Festival de Cannes começa em momento de denúncias contra abusos no cinema francês
Por AFP
Com o belo ‘Jango no exílio’, o cinema nacional vive uma fase excepcionalmente boa
Por Milton Rondó