Cultura

Fernanda Takai: “Estamos descobrindo o que é essencial, a vida”

Cantora teme muitas perdas pela ‘precariedade do sistema’ com a pandemia de coronavírus

Fernanda Takai (Foto: Weber Pádua)
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Fernanda Takai tem visto congestionamento de “lives” de artistas nas redes sociais para manter ativo o contato com o seu público e entretê-lo, em meio ao isolamento social por conta da pandemia provocada pelo coronavírus.

“Esse período de retiro forçado vai durar muito tempo e as nossas (“lives”) acontecerão naturalmente”, diz ela que ainda não fez sua aparição ao vivo na internet na quarentena. Mas isso tem também a ver com o perfil de Takai, que usa as redes sociais de forma moderada.

“Continuo abastecendo minhas redes sem pressa. Não falo muito, nem posto muito. Ouço, leio e observo. Ativo alguns assuntos coletivos, mas acho que as pessoas que me conhecem não esperavam uma guinada de comportamento.”

A cantora, compositora e cronista tem aproveitado o período de reclusão para gravar novo álbum solo, com o auxílio do marido, músico e produtor John Ulhoa.  “A gravação do disco já estava nos planos”, sem entregar mais detalhes.

Um single desse novo trabalho deve sair em breve. “Estamos cuidando da capa e vamos fechar a identidade visual.”

Conta ainda que com seu grupo, o Pato Fu, ela também vai gravar, cada em sua casa, vídeos de canções lado B “queridas” dessas quase três décadas de existência da banda.

Coronavírus

A pandemia inquieta Fernanda Takai: “A preocupação maior de todos é sobre quantas pessoas vão morrer. Cada uma delas tem uma história, uma família. Quantos vamos perder por precariedade do sistema ou falta de visibilidade? Há muita dor por vir.”

A indústria da música na qual ela trabalha não será a mesma depois que tudo passar, crê. E vê mudanças radiais.

“Toda a relação sobre consumo, tempo, deslocamento e valorização de conhecimento vai mudar. Espero que para melhor. Estamos descobrindo o que realmente é essencial, a vida.” 

No caso específico da música, ela lembra das várias mudanças que já passou e recorda que no fim dos anos 1990, “muita gente dizia que ninguém iria fazer mais discos, quando arquivos de mp3 começaram a ser disponíveis nos computadores”.

Ao vivo

Segundo a cantora, a música tem grande capacidade de reinvenção de regras e formas. “A música e as artes são importantes demais para nossa sensibilidade. O formato do negócio é que mudou e vai mudar outras vezes.”

Mas destaca a importância da apresentação ao vivo com o público presente: “Nada vai substituir essa experiência. Faz toda a diferença. São várias linguagens juntas e para isso precisamos do coletivo.”

O último trabalho solo de Fernanda Takai foi O Tom da Takai (2018), em homenagem a Tom Jobim, que no ano seguinte ganhou uma versão ao vivo.

Com o Patu Fu, o último álbum de estúdio foi Música de Brinquedo 2 (2017), que em 2019 saiu em uma versão ao vivo.

Diz que quando possível continuará com as apresentações desses trabalhos. Além disso, conta que fará algumas apresentações com a Orquestra Ouro Preto e, também após o isolamento, montará o espetáculo solo que virá com o seu novo trabalho. 

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