Estratégia da farsa

O longa-metragem Argo, estreia da sexta 9, revela a história real da super operação de resgate dos funcionários americanos escondidos na embaixada canadense, em um Irã pós revolução

Resgate delirante. Ben Affleck é um agente especializado em fugas

Apoie Siga-nos no

Argo


Ben Affleck

Filmes como Argo, estreia da sexta 9, desafiam o espectador a crer numa história que, inventada fosse por Hollywood, não mereceria crédito além da ficção. Mas estamos diante de um fato real, particular por justamente ter cooptado a imaginação do cinema para que se transformasse em obra. Ao fato: em 1979, revolucionários iranianos invadem a embaixada americana em Teerã e seis funcionários conseguem escapar e se alojar na sede diplomática canadense. A CIA, então, planeja um resgate delirante. Cria-se um falso projeto cinematográfico intitulado Argo e com origem no Canadá, cujas filmagens requerem locações no país convulsionado. Os americanos teriam chance, assim, de escapar disfarçados como a equipe do filme.

É o ator e agora reputado diretor Ben Affleck quem adapta essa dramatização da história retomada por Antonio Mendez e Matt Baglio em livro recém- -editado pela Intrínseca. Assume papel duplo ao interpretar o agente federal Tony Mendez, especializado em fugas do tipo e responsável pela peculiar estratégia. Para tanto, ele se reúne ao mestre da maquiagem John Chambers (John Goodman), responsável pela caracterização  de O Planeta dos Macacos,  e um produtor veterano (Alan Arkin). De projetos mais pessoais na direção, como Medo da Verdade e Atração Perigosa, Affleck amplia aqui a ambição para uma radiografia de certos Estados Unidos tomados por neuroses, sem, no entanto, esquecer de reafirmar a prodigalidade da nação. Nesse sentido trabalha em sintonia com a proposta do George Clooney cineasta, não por acaso produtor desta boa farsa.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.