Cultura

Espetáculo traz reflexão da epidemia por atrizes pretas da periferia

Projeto inédito será exibido no YouTube a partir do dia 5 e retrata a saúde mental na pandemia de duas moradoras da Zona Leste de SP

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Baseada em memórias, desafios e sensações causadas ao longo do período de quarentena, as atrizes Adrielle Rezende e Mell Reis, moradoras Zona Leste de São Paulo, fazem uma reflexão sobre corpo e saúde mental no espetáculo “Cimento que se move”.

Segundo a diretora do projeto Carol Piñeiro, antes da pandemia a encenação refletiria ansiedades do cotidiano, mas “se tornou uma investigação coletiva sobre a saúde mental feminina, a partir de vivências de artistas pretas e periféricas, criando e desendurecendo corpos, que estavam ‘cimentados’ há meses”.

As três se conheceram durante um espetáculo do coletivo Estopô Balaio, localizado no extremo leste de São Paulo, no qual atuaram juntas.

Piñeiro desenvolve pesquisa em dança-teatro e performance-arte, inspirada em artes híbridas e no trabalho de Pina Bausch (1940-2009), referência no mundo em dança contemporânea e que tem sua obra calcada na experiência de vida de sua própria equipe de dança.

O projeto foi montado a partir da criação de perguntas e respostas, também uma característica da obra de Pina Bausch. O espetáculo foi gravado no espaço cultural Casa Balaio, sede do coletivo Estopô Balaio.

O “Cimento que se move”, do grupo denominado Teatro Interrompido, foi contemplado pelo Proac Dança (programa de incentivo à cultura de SP), e será exibido gratuitamente nos dias 5, 6, 12 e 13 de dezembro, no YouTube, no canal do Teatro Interrompido.

Além de exibições virtuais gratuitas do espetáculo, haverá apresentação do vídeo-dança Erosão, composto por artistas de diferentes estados. Ambos trabalhos contam com a trilha sonora autoral de Raiany Sinara e edição da videomaker Mylena Sousa.

Está programado ainda oficinas online gratuitas de troca e formação cultural com a diretora Carol Piñeiro, a preparadora corporal Mônica Augusto e as artistas convidadas Rozeane Oliveira e Anádria Rassyne. As atividades se encerram com um bate-papo sobre arte e saúde mental com a psicóloga Monique Machado.

A vídeo-dança e as oficinas já estão ocorrendo e vão até 18 de dezembro. Informações pela conta do Instagram do Teatro Interrompido.

Carol Piñeiro é mestre em Artes Cênicas pela UFRN e atua há três anos no bairro Jardim Romano, Zona Leste de São Paulo, e no território indígena da terra Piaçawera (litoral sul de SP) como artista e arte-educadora.

Adrielle Rezende, atriz, drag e performer, tem diversos trabalhos desenvolvidos nas periferias da capital paulista, e ainda trabalha com a temática LGBT+.

Mell Reis, bailarina e performer, atua em companhia de dança e com vídeo-arte, além de desenvolver também trabalhos artísticos na periferia.

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