A escritora Adeline Dieudonné constrói, a partir do olhar infantil e de uma atmosfera opressora, uma trama inesperada sobre os recônditos da violência doméstica
Na nossa casa tinha quatro quartos. O meu, o do meu irmão caçula Gilles, o do meus pais e o dos cadáveres.” É com essa frase que a menina narradora nos atira ao ambiente no qual se passa a inesperada trama familiar de A Vida Real. Os cadáveres eram os animais empalhados caçados por seu pai – entre eles, uma hiena que ela apostava estar viva e cujo riso era até capaz de ouvir. “A morte morava na nossa casa.”
O primeiro romance de Adeline Dieudonné, que vive em Bruxelas, foi lançado em 2018 e venceu, naquele ano, vários prêmios literários voltados a livros em língua francesa. Publicado em outros 20 idiomas, ganhou há pouco tempo tradução para o português. O impacto dessa estreia deve-se, muito provavelmente, à atmosfera opressora criada a partir do olhar infantil, no qual real e fantástico, medo e sonho se entrelaçam de maneira original.
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