Cultura

Boa Páscoa. Boas-novas

Esse simpático papa eleito certamente saberá fazer a Igreja Católica renascer e reencontrar suas profundas vocações

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Anote e acesse já: vinci.com.br. Rola uma promoção na importadora com dólar a 1,29 e 1,49 real. Alguns grandes rótulos e outros nem tão grandes, mas a serem descobertos por conta do preço convidativo. Eu, e quem me lê sabe, adoro os vinhos brancos e sofro um bocado para encontrar os que sejam bacanas e não custem muito.

Essa tem sido a sina dos brancos: os baratos são ruins e nos caros poucos querem investir. Confesso que minha busca tem sido divertida.

Por gostar de cozinhar, nenhum vinho me traz prejuízo. Os que não levo ao copo levo à panela.

Exemplo recente: preparei uma dobradinha no fim de semana. Antes de fechar a panela de pressão, coloquei meia garrafa de um chardonnay que não havia me encantado e deixei reduzir até a um terço. Acrescentei mais água e fechei a panela. O resultado não chega a mudar tudo, mas a carne ganhou, no fundo, uma lembrança bastante agradável da uva do vinho sem o álcool. Diria que ganhou em finesse.

E ainda nesse fim de semana, aproveitando a chegada de um pedido variadíssimo que fiz na Vinci, fui provar um branco da Califórnia que leva o nome de Bohemian Highway. O nome é uma homenagem à estrada homônima. Para lá, muitos que estavam à procura de uma vida melhor, mais interessante, menos estressante, se dirigiram. Artistas, claro. Por isso o nome.

Pois não é que o chardonnay deles, que custa 18,90 dólares, é um achado!

Um vinho sem o menor compromisso. Um vinho para você abrir numa manhã de sol, pode ser até logo cedo se você tem esse hábito. Tomar bem gelado na beira de uma piscina, jogando conversa fora ou lendo os contos do Raymond Carver. E, se alguém perguntar se o vinho é bom, responda que é uma delícia.

Se quiserem saber se ele tem gosto de pêssego, pera, maçã ou citros variados, responda que não pensou nisso, mas que o vinho é uma gostosura e deve ficar bom até com salada de frutas. Experimente colocar. Pelo preço vale arriscar. Sou sincero, fazia muito tempo que não encontrava um branco para alegrar o dia a dia. Em tempo acrescento: eu fico muito irritado quando bato de frente com um chablis caro e mal resolvido.

Pode ter sido coincidência da vida, mas com o chablis isso é quase comum. Ô vinho difícil!

Compre uma caixa do Bohemian Highway. Mas vou repetir: é apenas e tão somente um vinho gostoso. Dá até para acompanhar uma jujuba. Com um queijo brie, tente. As gorduras de ambos se entendem muito bem. Com a dobrada não provei ainda, mas vou fazê-lo, sentindo certo temor.

Esse é o baratinho. A promoção contempla alguns nomes da pesada, como o inesquecível Mauro, um espanhol da Ribera del Duero, cuja safra de 2005 ganhou 93 pontos de Robert Parker Jr. E merece. Tive o prazer de tomar um da safra de 1989, se não me engano. Mas se me engano não me esqueço. O preço não é pequeno: 139,50 reais, mas eu posso garantir que vale cada centavo.

           

Ao contrário do Bohemian, ele merece uma degustação mais compenetrada. Ainda não provei todos os rótulos. Assim que o fizer, dividirei com vocês.

E outra excelente surpresa: Osaka. Um multifacetado restaurante que bebe nas fontes japonesas, chinesas, peruanas e tailandesas. Tem no México, em Buenos Aires, no Chile e no Peru. E para resumir o que falarei com mais calma em um próximo Refô: fazia muito tempo que não me surpreendia com a comida de um restaurante. Até recentemente me queixava do profundo tédio que a gastronomia paulistana tem me provocado. O Osaka saiu da curva.

E a parte triste desta página fica com Marcos Bassi, que faleceu no domingo 24. Marcos é o inventor do moderno churrasco. Antes dele, a fraldinha não ia para a brasa e a picanha era quase uma desconhecida. Diria que Marcos Bassi merecia muito mais crédito e louros do que teve. Vai fazer falta.

E a todos vocês, que por aqui continuam, uma excelente Páscoa, que este ano contará com a bênção de Francisco. Esse simpático eleito que certamente saberá fazer a Igreja Católica renascer e reencontrar suas profundas vocações.

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