Cultura

Beleza inspiradora

Em “Sejam Muito Bem-Vindos” temos o sentido clássico dos filmes sobre a renovação da velhice pela vitalidade da juventude alheia

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SEJAM MUITO BEM-VINDOS


Jean Becker

Há 30 anos, Jean Becker efetivou nas telas a beleza jovem e despudorada de Isabelle Adjani em Verão Assassino. A atriz não era mais uma ninfeta, mas se encarregava muito bem de enlouquecer de amor um simplório bombeiro e encantar os espectadores. Há semelhanças entre a figura sedutora de Adjani e a da estreante Jeanne Lambert em Sejam Muito Bem-Vindos, novo filme do veterano cineasta francês, em cartaz a partir da sexta 29. Esta, sim, com a personagem Marylou, seria mais próxima de uma ninfeta a dar novos anseios de vida a um pintor (Patrick Chesnais). Desgastado pela idade e deprimido com a rotina, Taillandier tudo abandona, inclusive a mulher, sem rumo.

 

 

A partir desse preâmbulo, temos o sentido clássico dos filmes sobre a renovação da velhice pela vitalidade da juventude alheia. E ponha-se vitalidade no caso de Marylou, que topa com o pintor ao fugir de casa por atritos com a mãe e o padrasto, e acaba acolhida por ele a contragosto. A jovem, no limite da adolescência, é desbocada, indócil, mas também ingênua do que a espera no mundo.

Mal tem ideia de sua atração, do belo corpo que se impõe. Não será por essa via da sedução, a mais óbvia e apenas implícita com sutileza pelo filme, que Taillandier se deixará envolver. Marylou é sua musa inspiradora e como tal representa a beleza ainda da pureza possível. Com essas crises e transformações naturais de todos nós Becker sabe muito bem lidar, como fez com sucesso em Minhas Tardes com Margueritte, seu filme anterior.

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