Cultura

Ataque ao viés dos cânones

Em Crítica em Tempos de Violência, Jaime Ginzburg defende a ideia de que a arte não se pode fechar num nicho de beleza e harmonia em meio ao mundo violento em que vivemos

Ataque ao viés dos cânones
Ataque ao viés dos cânones
Em Crítica em Tempos de Violência, Jaime Ginzburg defende a ideia de que a arte não se pode fechar num nicho de beleza e harmonia em meio ao mundo violento em que vivemos
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por Renato Pompeu

Crítica em tempos de violência


Jaime Ginzburg


Edusp/Fapesp, 520 págs., R$ 72

No livro Crítica em Tempos de Violência, editado pela Edusp-Fapesp, Jaime Ginzburg, professor de Letras da Universidade de São Paulo, faz, em diferentes ensaios, um bem documentado e bem argumentado ataque frontal ao elitismo dos cânones literários e propõe uma reformulação geral do ensino de Letras. Um dos seus principais objetivos é fazer ouvir a voz de autores vindos de setores da sociedade tradicionalmente excluídos das listas canônicas, como em geral as mulheres, os não brancos, os trabalhadores e os homossexuais.

Contra o chamado esteticismo da crítica literária e do ensino de Letras, que só se ocupa dos pretensos “grandes autores”, uma das constatações mais importantes de Ginzburg é de que a arte não se pode fechar num nicho de beleza e harmonia em meio ao mundo violento em que vivemos.

Ele defende a tese do pesquisador e teórico alemão Theodor Adorno, no texto A Educação Depois de Auschwitz, de que, após o Holocausto, se tem de reeducar toda a sociedade. Crítica em Tempos de Violência alcança, logo no lançamento, o status de uma obra clássica das ciências humanas brasileiras. Talvez o alarme para a necessidade de reeducar a sociedade devesse ter soado logo depois dos genocídios contra índios da América e negros da África, como os perpetrados pela Coroa belga.

por Renato Pompeu

Crítica em tempos de violência


Jaime Ginzburg


Edusp/Fapesp, 520 págs., R$ 72

No livro Crítica em Tempos de Violência, editado pela Edusp-Fapesp, Jaime Ginzburg, professor de Letras da Universidade de São Paulo, faz, em diferentes ensaios, um bem documentado e bem argumentado ataque frontal ao elitismo dos cânones literários e propõe uma reformulação geral do ensino de Letras. Um dos seus principais objetivos é fazer ouvir a voz de autores vindos de setores da sociedade tradicionalmente excluídos das listas canônicas, como em geral as mulheres, os não brancos, os trabalhadores e os homossexuais.

Contra o chamado esteticismo da crítica literária e do ensino de Letras, que só se ocupa dos pretensos “grandes autores”, uma das constatações mais importantes de Ginzburg é de que a arte não se pode fechar num nicho de beleza e harmonia em meio ao mundo violento em que vivemos.

Ele defende a tese do pesquisador e teórico alemão Theodor Adorno, no texto A Educação Depois de Auschwitz, de que, após o Holocausto, se tem de reeducar toda a sociedade. Crítica em Tempos de Violência alcança, logo no lançamento, o status de uma obra clássica das ciências humanas brasileiras. Talvez o alarme para a necessidade de reeducar a sociedade devesse ter soado logo depois dos genocídios contra índios da América e negros da África, como os perpetrados pela Coroa belga.

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