Cultura

As pérolas obscuras de Ben Jor

Los Sebozos Postizos pescam as pérolas obscuras do homenageado, como Quero Esquecer Você, A Tamba e Rosa, Menina Rosa, do Esquema Novo, de 1963

As pérolas obscuras de Ben Jor
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Los Sebozos Postizos
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por Tárik de Souza

Em seu abre-alas Mas, Que Nada, de 1963, o carioca Jorge Ben (antes do Jor) já enunciava um samba “misto de maracatu”. Na época, o gênero era um remoto folguedo pernambucano, estudado pelo maestro erudito Guerra Peixe, aludido em Dora (a rainha do frevo e do maracatu) por Dorival Caymmi, e eventualmente gravado por Luiz Gonzaga e raros outros artistas nordestinos. Sua disseminação maior começou com Maracatu Atômico (Jorge Mautner/Nelson Jacobina), sucesso de Gilberto Gil, e a geração mangue beat pernambucana, que o turbinou na eletrônica. Mas eles não esqueceram o visionário Jorge Ben. No disco Samba Esquema Noise, o Mundo Livre S.A. replicou seu álbum inaugural, Samba Esquema Novo. E o Nação Zumbi, em 1998, criou um projeto paralelo, Los Sebosos Postizos, para cultuá-lo, como enfatizam neste disco.

O repertório pesca pérolas obscuras do homenageado, como Quero Esquecer Você, A Tamba e Rosa, Menina Rosa, do Esquema Novo, de 1963. Eram alinhavadas pelo violão percussivo de Ben, assim como Descalço no Parque (regravado no último disco de Marisa Monte), de 1964, e O Telefone Tocou Novamente, de Força Bruta (1970). O Bidu (1967), onde Jorge lança a Jovem Samba (incluída no CD, ao lado de Frases e Toda Colorida), rodeado por guitarras, e o clássico A Tábua de Esmeraldas (1974) são os mais revisitados pelos Sebosos, Lucio Maia (guitarras), Pupillo (bateria e percussão) e Jorge du Peixe (voz). Produzidos por Mario Caldato Jr., com participações de Guizado (trompete), Bactéria (teclados) e Bárbara Eugênia (backing vocals), eles injetam sons viajantes na criação originalmente alucinógena do autor, atemporal por natureza.

Los Sebozos Postizos interpretam Jorge Ben Jor


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por Tárik de Souza

Em seu abre-alas Mas, Que Nada, de 1963, o carioca Jorge Ben (antes do Jor) já enunciava um samba “misto de maracatu”. Na época, o gênero era um remoto folguedo pernambucano, estudado pelo maestro erudito Guerra Peixe, aludido em Dora (a rainha do frevo e do maracatu) por Dorival Caymmi, e eventualmente gravado por Luiz Gonzaga e raros outros artistas nordestinos. Sua disseminação maior começou com Maracatu Atômico (Jorge Mautner/Nelson Jacobina), sucesso de Gilberto Gil, e a geração mangue beat pernambucana, que o turbinou na eletrônica. Mas eles não esqueceram o visionário Jorge Ben. No disco Samba Esquema Noise, o Mundo Livre S.A. replicou seu álbum inaugural, Samba Esquema Novo. E o Nação Zumbi, em 1998, criou um projeto paralelo, Los Sebosos Postizos, para cultuá-lo, como enfatizam neste disco.

O repertório pesca pérolas obscuras do homenageado, como Quero Esquecer Você, A Tamba e Rosa, Menina Rosa, do Esquema Novo, de 1963. Eram alinhavadas pelo violão percussivo de Ben, assim como Descalço no Parque (regravado no último disco de Marisa Monte), de 1964, e O Telefone Tocou Novamente, de Força Bruta (1970). O Bidu (1967), onde Jorge lança a Jovem Samba (incluída no CD, ao lado de Frases e Toda Colorida), rodeado por guitarras, e o clássico A Tábua de Esmeraldas (1974) são os mais revisitados pelos Sebosos, Lucio Maia (guitarras), Pupillo (bateria e percussão) e Jorge du Peixe (voz). Produzidos por Mario Caldato Jr., com participações de Guizado (trompete), Bactéria (teclados) e Bárbara Eugênia (backing vocals), eles injetam sons viajantes na criação originalmente alucinógena do autor, atemporal por natureza.

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