As magias de Calvino

Não se trata de um ilusionista, mas de quem enxerga o que os outros não veem

Calvino em Sanremo, a cidade por ele considerada natal e que conhece como ninguém – Imagem: Ulf Andersen/Aurimages/AFP

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Encontro Italo Calvino se eu for a Sanremo. É onde a família Calvino ficou desde tempos, suponho, imemoriais. Igual à minha do lado materno, de sobrenome Giuliano. E aquele foi meu paraíso terrestre. No primeiro capítulo de uma das suas obras-primas, Se Um Viajante Numa Noite de Inverno, ele descreve a estação ferroviária de Sanremo, onde eu cheguei pela primeira vez aos 4 meses de idade. Começa aí, em um devaneio de memória, uma espécie de coletânea, de romances dentro do romance, para compor uma obra revolucionária, talvez a mais digna do futuro muito além da contemporaneidade.

Sanremo é uma cidade, hoje, de pouco mais de 100 mil habitantes, de médio porte em termos europeus, situada nas costas da Ligúria, condicionada pela pressão dos Apeninos a despencar abruptamente das alturas das montanhas de pedra. Mas não há quem conheça o lugar melhor do que Calvino, sabedor e palmilhador de todos os caminhos de sua terra natal, a fornecer-lhe os cenários majestosos e suas histórias. Existem, na verdade, mais de uma Sanremo, a moderna, buliçosa e vibrante, dona de um dos cinco cassinos a atuar na Itália e de um grande teatro, onde se realiza anualmente o célebre festival da música italiana dita popular, com todas as consequências desta presença de fama mundial.

Imagem: iStockphoto

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