Cultura

As amazonas

Pesquisadora descobre que os seios prejudicam as mulheres no esporte. Quais seriam as soluções?

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Vocês viram só! Uma pesquisadora britânica, Joanna Scurr, da Universidade de Portsmouth, descobriu que os seios prejudicam as mulheres no esporte. Em sua pesquisa, constatou que os seios se movem até 21 centímetros e não os míseros 16 em que antes se acreditava.

A notícia da descoberta é um pouco antiga, mas o interesse pelo assunto me parece que é eterno. Uma pena, mas fico devendo quesitos como idade, peso e outros referentes às praticantes esportivas. Aliás, nem a modalidade do esporte eu sei. E pra falar a verdade, chego à conclusão de que é alguma coisa como média, o que me assusta um pouco, pois se algumas oscilações não passarem de uns dez centímetros (estou imaginando uma esportista de seus doze anos), devo crer que haja oscilações de quarenta centímetros, meio metro, e isso já me parece um exagero.

Bem, mas eu que estou fora da área de abrangência do problema, me sinto a cavaleiro para opinar sobre o assunto. E claro, como tenho algumas noções a respeito da história de nosso país, sinto-me na obrigação de trazer à luz a experiência daquelas icamiabas, das quais Macunaíma fez-se imperador. Estão lembrados? Sem homens na tribo, elas viam-se forçadas a usar o arco e a flecha para caçar e guerrear. Ora, um dos seios sempre atrapalhava o manejo de seus instrumentos bélicos. O que faziam? Por absurdo e antiestético que possa parecer, as icamiabas (também chamadas de amazonas) deletavam o seio que mais atrapalhasse. Isso mesmo. As amazonas tinham um seio só.

Suponho que a solução das icamiabas não agrade muito, sobretudo à população masculina, e isso por motivos óbvios. Outra solução, talvez a menos agressiva, seria a escolha do esporte de acordo com o número do sutiã. Vôlei e basquete, por exemplo, esportes que exigem muita correria, com pulos para o alto e para os lados (entenderam a ideia, não é?) só seriam praticados por atletas com bustos de menina ainda na puberdade. O pingue-pongue seria considerado um esporte livre. Sabe-se que em sua prática o seio não balança mais do que uns três a quatro centímetros, sem causar maiores danos.

As portadoras de seios, digamos, um pouco avantajados, a essas estaria vedada a prática de qualquer esporte um pouco mais violento.  

Então surgiriam os técnicos e os estatísticos dando entrevistas remuneradas a canais de televisão, estabelecendo limites, tabelas, modalidades esportivas apropriadas para cada idade. Talvez surgisse também algum deputado com um projeto de lei com proibições e tipos de penalidades para as infratoras. 

Vou patentear a ideia antes que algum esperto o faça.    

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