Arte fora de controle

O pesadelo orwelliano ganha contornos inesperados na peça Concílio da Destruição, de Carlos Canhameiro

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Por Alvaro Machado

CONCÍLIO DA DESTRUIÇÃO
Sesc Pompeia, São Paulo
Até 17 de fevereiro

Um futuro próximo de pesadelo, desenhado por tantos pensadores, ganha contornos inesperados em Concílio da Destruição, de Carlos Canhameiro, texto finalista do Prêmio Luso- -Brasileiro de Dramaturgia 2010, com a Cia. Les Commediens Tropicales. Em um país de vocação totalitária, um “excesso de obras de arte” deve ser “sanado” por meio de uma comissão julgadora de perfil orwelliano. Ousada, a decisão do grupo de seis atores de assinar a direção pode explicar sobressaltos no encadeamento dos textos e oscilações de interpretação. A cenografia vale-se do funcionamento preciso de uma parafernália tecnológica para potencializar o tema da multiplicação incontrolável
de discursos de mimese.

Mais do que atualizar o lema hipocrático “arte extensa, vida breve” com ironias dirigidas a uma produção literária e artística aparentemente absurda, a peça carrega baterias contra os poderes absolutos.

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