Cultura
Antes, o comediante
Woody Allen – A Documentary poderia ter imitado a postura de seu homenageado, como sempre, certo na ironia
Woody Allen – A Documentary
Robert B. Weide
Mais do que a carreira que se mostrou ressuscitada com o recente sucesso de Meia-Noite em Paris, temos em Woody Allen – A Documentary uma aproximação com o comediante que formou o realizador. No filme exibido na quarta 16 em uma sessão paralela do 65º Festival de Cannes, revela-se o garoto que ainda na escola escreveu 50 piadas em um só dia. Mais tarde, já catapultado dos stand-ups de clubes alternativos de Nova York para a tevê, vemos um adulto ainda com alma infantil lutando com um canguru no ringue ou conversando com um cachorro. É quando exibe essa face menos icônica do homem neurótico e de humor autodepreciativo que a abordagem do diretor Robert B. Weide se mostra instigante.
Allen, é verdade, tem se exposto com mais frequência e generosidade em festivais, como fez em Cannes nos dois últimos anos. Weide, amigo de produtores de Allen, o perseguia para a entrevista havia 25 anos e rodou mais de três horas de material para a versão televisiva, reduzida em uma hora para o cinema. Há tempo para repassar seus 41 longas-metragens, desde suas primeiras comédias irreverentes, como Bananas, a virada para o drama romântico mais intelectualizado Annie Hall, até o estilo cômico ligeiro dos atuais filmes. Desses, temos uma rara visão do set de Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos, seguido das muitas entrevistas desnecessárias com os atores. Sobre eles, inclusive, Allen diz que não tem muita vontade de lhes dirigir a palavra, bastando apenas uma breve indicação. O documentário poderia ter imitado a postura de seu homenageado, como sempre, certo na ironia.
Woody Allen – A Documentary
Robert B. Weide
Mais do que a carreira que se mostrou ressuscitada com o recente sucesso de Meia-Noite em Paris, temos em Woody Allen – A Documentary uma aproximação com o comediante que formou o realizador. No filme exibido na quarta 16 em uma sessão paralela do 65º Festival de Cannes, revela-se o garoto que ainda na escola escreveu 50 piadas em um só dia. Mais tarde, já catapultado dos stand-ups de clubes alternativos de Nova York para a tevê, vemos um adulto ainda com alma infantil lutando com um canguru no ringue ou conversando com um cachorro. É quando exibe essa face menos icônica do homem neurótico e de humor autodepreciativo que a abordagem do diretor Robert B. Weide se mostra instigante.
Allen, é verdade, tem se exposto com mais frequência e generosidade em festivais, como fez em Cannes nos dois últimos anos. Weide, amigo de produtores de Allen, o perseguia para a entrevista havia 25 anos e rodou mais de três horas de material para a versão televisiva, reduzida em uma hora para o cinema. Há tempo para repassar seus 41 longas-metragens, desde suas primeiras comédias irreverentes, como Bananas, a virada para o drama romântico mais intelectualizado Annie Hall, até o estilo cômico ligeiro dos atuais filmes. Desses, temos uma rara visão do set de Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos, seguido das muitas entrevistas desnecessárias com os atores. Sobre eles, inclusive, Allen diz que não tem muita vontade de lhes dirigir a palavra, bastando apenas uma breve indicação. O documentário poderia ter imitado a postura de seu homenageado, como sempre, certo na ironia.
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