Cultura

Ana Cañas: “Busca pela equidade é fundamental para as mulheres”

Para cantora e compositora, a verdadeira revolução está em garantir direitos

Ana Cañas (Foto: Leto Carvalho/Divulgação)
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Com trabalho marcado pela defesa dos direitos das mulheres, a cantora e compositora Ana Cañas considera “a busca pela equidade fundamental”, citando a democracia e a constituição como preconizadoras disso.

O seu último álbum solo, Todxs (2018), foi permeado de canções em defesa de minorias. No ano anterior, Ana lançou o clipe (dirigido por Isa Brant e João Wainer) com a música de sua autoria Respeita, com forte mensagem contra a violência sofrida pelas mulheres. A gravação reuniu um time de 86 mulheres, de cantoras e atrizes a lideranças femininas de movimentos diversos.

“O feminismo é uma questão recorrente no meu trabalho e está presente em todos os discos que lancei. Mas quando gravei o single Respeita foi um divisor na minha trajetória em relação ao direito das mulheres”.

Segundo ela, “garantir direitos e acessos para as mulheres e todas as minorias, ocupar espaços, alterar as posições de decisão e poder é a verdadeira revolução”.

Ativismo

Ana Cañas, conhecida pelo ativismo político, não perdoa o atual governo: “Retrógrado, homofóbico, sexista, machista e racista”.

O álbum Todxs, que é o seu quinto trabalho de estúdio, foi registrado próximo das eleições de 2018 e, segundo a cantora, ele partiu da necessidade de pautar nas letras canções de luta às minorias oprimidas.

“Foi um momento radical e eu estava profundamente envolvida com a militância, visitando e conhecendo espaços como o MST, os saraus nas quebradas, as ocupações em São Paulo. Estava aprendendo muito, observando o Brasil de uma forma que não conhecia, através das vivências e o disco (Todxs) é fruto desse momento.”

A cantora garante que tamanho engajamento “é por amor” e também pela busca da empatia, “intrinsicamente ligada à quantidade de amor que podemos sentir ou emanar”.

Mas reconhece a subjetividade nessas ações: “O que me leva ao desejo de mudança e justiça é o sonho de que todos possam ter condições de viver com dignidade, tendo seus direitos respeitados e acessos garantidos”.

Ela vê o cenário atual difícil e aponta não ter resposta concisa para tamanho imbróglio, mas acha que é preciso enfrentá-lo com “coragem, resistir, lutar, divulgar ideias através da arte, pensando que todo e qualquer gesto é político”.

Vê ainda o caminho do não esmorecimento e de esperança como o melhor para seguir adiante em meio a “tantas atrocidades”.

Novo álbum

De trajetória musical eclética, Ana Cañas tem composto novas canções que tocam em questões existenciais e transcendentais.

“O porquê das coisas, o rumo da vida e sobre o amor de uma forma mais ampla, não tão romantizado”, define a nova fase. “Acho que é reflexo da idade mesmo. Estou com 39 anos e algumas coisas têm quicado na minha cabeça com uma certa frequência.”

Esse ano Ana Cañas promete álbum novo. “Já tenho trabalhado nas composições e estou começando a levantar algumas demos, estudando qual caminho percorrer esteticamente.”

A compositora conta ainda que recebeu convite para apresentar um programa na TV que falará sobre sexualidade feminina. “Será um desafio, pois nunca fiz”, resume.

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