O longa “A vida invisível”, dirigido pelo cearense Karim Aïnouz, foi escolhido nesta terça-feira 27 para representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar de melhor filme internacional (antiga categoria de filme em língua estrangeira).
O filme desbancou outros 11 longas brasileiros, entre eles “Bacurau”, do pernambucano Kleber Mendonça Filho, que em maio ganhou o Prêmio do Júri do Festival de Cannes. A escolha foi feita por uma comissão especial indicada pela Academia Brasileira de Cinema, que assumiu a tarefa de avaliar os filmes há dois anos.
De acordo com Anna Muylaert, presidente da comissão, o placar foi apertado. Foram cinco votos a favor de “A vida invisível” e quatro para “Bacurau”. “Não foi consenso, mas todos gostamos do filme”, afirma Muylaert, segundo o G1.
“Tomamos a decisão pensando nas chances do filme na campanha americana. É um dos maiores diretores do cinema brasileiro e tem influência no cinema americano, tem a Fernanda Montenegro, que já concorreu ao Oscar, e é um belíssimo filme.”
Ambientado nos anos 1950, “A vida invisível” conta a história de duas irmãs cariocas, Eurídice e Guida, que vivem sob um rígido sistema patriarcal. Telenovelas da década de 1970 serviram de inspiração. No elenco estão Fernanda Montenegro, Carol Duarte e Gregório Duvivier. Em maio, o filme venceu o prêmio da mostra Un Certain Regard, em Cannes, e conta com parceria da produtora alemã The Match Factory.
A obra foi baseada no romance “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha, e tem a sua estreia nacional prevista para o final de outubro.
A indicação para disputar uma vaga no Oscar não significa que o filme vá conseguir chegar à próxima cerimônia da premiação, que ocorre em 9 de fevereiro. Após cada país indicar um representante para a categoria, dois comitês ligados à Academia vão analisar os filmes e escolher os finalistas.
Há 20 anos o Brasil não consegue uma vaga para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro, categoria que foi rebatizada como filme internacional neste ano. O último longa brasileiro a disputar a estatueta nessa categoria foi “Central do Brasil”, também com Fernanda Montenegro, em 1999.
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