Cultura
A negação da beleza
No ano do centenário de Nelson Rodrigues, Alinne Moraes vive Doroteia, ex-prostituta em busca de reconciliação com a família


Por Daniel Schenker
Doroteia
Teatro Poeira, Rio de Janeiro
Até 25 de julho
Doroteia ocupa um lugar à parte na dramaturgia de Nelson Rodrigues graças à proximidade com o registro farsesco. Escrita em 1949 para a atriz Eleonor Bruno (que interpretou a personagem-título na montagem de 1950, dirigida por Ziembinski), a peça conta a história de uma mulher que após a morte do filho tenta reatar contato com a família, reduzida a três primas feias. Elas exigem que Doroteia abra mão da própria beleza e adquira a mesma aparência desagradável que ostentam.
No ano do centenário de nascimento de Nelson, a peça, com previsão de desembarcar em São Paulo (no Teatro Raul Cortez) a partir de 27 de julho, ganha encenação a cargo de João Fonseca. O diretor escalou Gilberto Gawronski, Alexandre Pinheiro e Paulo Verlings para as personagens das três primas (Flávia, Carmelita e Maura) e Marcus Majella para Dona Assunta da Abadia, a mãe do noivo de Das Dores (Keli Freitas), simbolizado por um par de botinas.
A assinatura de Fonseca também aparece na inserção de um apelo pop, evidenciado na trilha sonora. Alinne Moraes faz a protagonista com notado empenho, mas de maneira linear, sem suficiente colorido. Gilberto Gawronski tem atuação na medida como Dona Flávia.
Por Daniel Schenker
Doroteia
Teatro Poeira, Rio de Janeiro
Até 25 de julho
Doroteia ocupa um lugar à parte na dramaturgia de Nelson Rodrigues graças à proximidade com o registro farsesco. Escrita em 1949 para a atriz Eleonor Bruno (que interpretou a personagem-título na montagem de 1950, dirigida por Ziembinski), a peça conta a história de uma mulher que após a morte do filho tenta reatar contato com a família, reduzida a três primas feias. Elas exigem que Doroteia abra mão da própria beleza e adquira a mesma aparência desagradável que ostentam.
No ano do centenário de nascimento de Nelson, a peça, com previsão de desembarcar em São Paulo (no Teatro Raul Cortez) a partir de 27 de julho, ganha encenação a cargo de João Fonseca. O diretor escalou Gilberto Gawronski, Alexandre Pinheiro e Paulo Verlings para as personagens das três primas (Flávia, Carmelita e Maura) e Marcus Majella para Dona Assunta da Abadia, a mãe do noivo de Das Dores (Keli Freitas), simbolizado por um par de botinas.
A assinatura de Fonseca também aparece na inserção de um apelo pop, evidenciado na trilha sonora. Alinne Moraes faz a protagonista com notado empenho, mas de maneira linear, sem suficiente colorido. Gilberto Gawronski tem atuação na medida como Dona Flávia.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.