Cultura

A mira certeira

Em Trabalhos Carnívoros, Gui Amabis desenvolve um trabalho íntimo, sem apelar ao confessional. Por Tárik de Souza

A mira certeira
A mira certeira
Voz confidente. Íntimo sem apelar ao confessional
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Por Tárik de Souza

Trabalhos Carnívoros


Gui Amabis


ybmusic

Irmão de Rica Amabis, dos projetos Instituto e 3 na Massa, o produtor Gui Amabis (de discos da cantora Céu e do compositor Rodrigo Campos) participou das trilhas do seriado Cidade dos Homens, filmes como os nacionais Bruna  Surfistinha, Quincas Berro D’Água e, com Antonio Pinto, dos hollywoodianos Estranha Perfeita, Colateral e Senhor das Armas. Em seu primeiro disco-solo, Memórias Luso-Africanas, no ano passado, ele rastreou sua genealogia a partir de histórias contadas pela avó, com adesões de Criolo, Lucas Santtana, Tulipa Ruiz, Céu e Tiganá.

Em Trabalhos Carnívoros, Gui encara a solidão de sua voz confidente, teclados e programação, amparado apenas pelos instrumentos de Dustan Gallas (guitarra), Samuel Fraga (bateria), Fernanda Monteiro (cello) e eventuais intervenções de Luca Raele  (teclados), Pupillo (percussão), Dengue (baixo) e Thiago França (sax). Responsável por baixo e guitarra, Regis Damasceno, do grupo Cidadão Instigado, também partilhou com Amabis os três meses de pré-produção e a escolha de sonoridades do disco, além de assinar algumas parcerias com o solista, como Pena mais Que Perfeita, sob tinturas de tango. E o adverso e contundente Menino Horrível: Incita o crime para ver a derrocada/ noites em claro revivendo as batalhas/ se preparando para uma vida que não quis.

Íntimo, sem apelar ao confessional, Gui desenvolve sua poética visão de mundo em


temas refratários à grandiloquência, como o percutido Deus e seu guardião (o sol nasceu de novo espelhado/ cegando e abrindo um novo dia). Já a delicada balada Merece Quem Aceita filosofa sobre a Teoria da Seleção Natural (esse acidente foi programado/Deus fez por certas as linhas cruzadas).

E Tiro comprova a mira certeira do compositor, produtor e intérprete: Todas essas letras são o brilho de uma alegoria/ que vivi e despi.

Por Tárik de Souza

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Gui Amabis


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Irmão de Rica Amabis, dos projetos Instituto e 3 na Massa, o produtor Gui Amabis (de discos da cantora Céu e do compositor Rodrigo Campos) participou das trilhas do seriado Cidade dos Homens, filmes como os nacionais Bruna  Surfistinha, Quincas Berro D’Água e, com Antonio Pinto, dos hollywoodianos Estranha Perfeita, Colateral e Senhor das Armas. Em seu primeiro disco-solo, Memórias Luso-Africanas, no ano passado, ele rastreou sua genealogia a partir de histórias contadas pela avó, com adesões de Criolo, Lucas Santtana, Tulipa Ruiz, Céu e Tiganá.

Em Trabalhos Carnívoros, Gui encara a solidão de sua voz confidente, teclados e programação, amparado apenas pelos instrumentos de Dustan Gallas (guitarra), Samuel Fraga (bateria), Fernanda Monteiro (cello) e eventuais intervenções de Luca Raele  (teclados), Pupillo (percussão), Dengue (baixo) e Thiago França (sax). Responsável por baixo e guitarra, Regis Damasceno, do grupo Cidadão Instigado, também partilhou com Amabis os três meses de pré-produção e a escolha de sonoridades do disco, além de assinar algumas parcerias com o solista, como Pena mais Que Perfeita, sob tinturas de tango. E o adverso e contundente Menino Horrível: Incita o crime para ver a derrocada/ noites em claro revivendo as batalhas/ se preparando para uma vida que não quis.

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