Cultura
A história revista e desvendada
Operação Condor começa a ser rodada este mês e percorrerá sete países da América Latina


Foi dada a largada, no início deste mês, para as gravações da série Operação Condor, que procura revisitar a Operação Condor, uma aliança feita pelas ditaduras latino-americanas, entre as décadas de 1970 e 1980, para combater seus opositores políticos.
“Bucaremos lançar luz sobre um dos períodos mais sombrios da história da América Latina”, diz o diretor Cleonildo Cruz, que fez, em 2015, o documentário Operação Cóndor, Verdade Inconclusa. “Temos um compromisso com a verdade e a memória histórica, elementos fundamentais para a construção de sociedades justas e democráticas.”
Cruz conta ter recebido da Corte Interamericana de Direitos Humanos um documento que reconhece a relevância do projeto que terá o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, colunista de CartaCapital, como codiretor e analista econômico desse evento histórico.
A série será composta de sete episódios, cada um deles centrado em um país: Chile, Brasil, Argentina, Bolívia, Peru, Paraguai e Uruguai. E já tem a previsão de exibição nas tevês públicas de todos esses países.
De acordo com Cruz, algumas das perguntas que devem nortear a abordagem documental são: quem constituía, à época, o mercado financeiro e que empresas transnacionais contribuíram com volumes gigantescos e colossais para legitimar e apoiar as violentas ditaduras da América Latina.
O primeiro episódio, por exemplo, chamado Chile, Pablo Neruda, abordará o assassinato do poeta 12 dias após o golpe militar liderado por Augusto Pinochet. O Brasil será abordado no segundo episódio.
No conjunto, a série promete ser um documento importante sobre um momento histórico sangrento que até hoje nos constitui. •
Publicado na edição n° 1297 de CartaCapital, em 14 de fevereiro de 2024.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘A história revista e desvendada’
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