Augusto Diniz | Música brasileira

Jornalista há 25 anos, Augusto Diniz foi produtor musical e escreve sobre música desde 2014.

Augusto Diniz | Música brasileira

‘A arte indígena é um ato de resistência’

Uma das principais vozes artísticas indígena, cantora Djuena Tikuna espalha a mensagem que seu povo existe e resiste

Foto: Divulgação
Apoie Siga-nos no

Envolvida desde criança nas manifestações culturais indígenas da aldeia Tikuna, localizada na tríplice fronteira do Brasil, Peru e Colômbia, a cantora Djuena tornou-se voz importante no País de defesa de seu povo.

Seu primeiro trabalho solo saiu em 2017. O lançamento ocorreu num inédito show realizado por uma indígena no Teatro Amazonas, em Manaus, em mais de 120 anos de história do espaço. Em 2019, apresentou outro trabalho, dessa vez em homenagem aos seus ancestrais.

Agora, trabalha em novo projeto audiovisual a ser lançado neste ano, em que valoriza a cultura Tikuna. Ela diz “não ter outro caminho a seguir” a não ser transformar a arte indígena em ato de resistência: “Para nós, dos povos indígenas, nunca foi fácil”.

Na sua música, a relevância da territorialidade, de preservar as florestas e rios. “Não temos como fugir dessa causa, que é dos povos indígenas e dos não indígenas”, diz.

“Trago essa luta para o meu trabalho enquanto artista indígena e também enquanto jornalista indígena” – ela foi a primeira jornalista indígena formada no Estado do Amazonas.

Dijuena começou a cantar nas praças de Manaus, nas universidades e nas escolas. Quando adolescente, cantava em troca de cestas básicas. “Algumas tinham até com produto vencido”, lembra. “Passar por esse processo foi muito difícil”. A lição foi que precisava usar sua música como ferramenta de resistência.

“A gente está na luta para ver se as pessoas entendam um pouco de nossa história, de nossa resistência. E a música faz essa abertura. Estou espalhando a mensagem que meu povo existe e resiste. Através desse canto indígena a gente vai ocupando espaço”.

Hoje, ela considera as redes sociais essenciais para mostrar o protagonismo indígena. “Os livros distorcem muitas coisas sobre os povos indígenas. Quem quiser conhecer a diversidade, é só entrar nas mídias sociais”, afirma.

Assista à íntegra da entrevista:

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo