Mbali, uma criança negra, caminha em direção à câmera. Seus olhos parecem atravessar a tela grande no Teatro alle Tese, na abertura do espetáculo O Agora que Demora, nos projetando em outras mitologias, pessoais e coletivas. O público da 50ª edição do Festival de Teatro da Bienal de Veneza ainda não sabe, mas está prestes a embarcar numa máquina do tempo.
Esse mergulho é capitaneado pela diretora brasileira Christiane Jatahy que, feito Caronte, o barqueiro do inferno, nos pede algo para realizar a travessia. E o que ela nos pede não é uma moeda para os mortos, mas um ato de fé, uma aposta na reinvenção. “Se meu trabalho tem um objetivo, é o de transformar”, disse ela, ao receber, no domingo 26, o Leão de Ouro da Bienal de Veneza.
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