7 lugares incomuns para visitar em 2020 (e uma opção desesperada)

Eventos culturais pautaram a escolha da Lonely Planet. O Brasil entra com um alerta vermelho

Amazônia brasileira

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Lonely Planet é um guia alternativo de viagens que busca atender os fanáticos da aventura e os curiosos de rotas pouco exploradas. A cada fim de ano oferece um cardápio de sugestões quase sempre inesperadas e, para 2020, vocês vão notar, incluiu uma calcinada região que, se não for socorrida a tempo, desaparecerá de todos os destinos turísticos. 

Confira os eleitos de 2020:

1. Rota da Seda, Ásia Central

Rota da Seda, na Ásia Central

Ecos de narrativas fabulosas conduzem o viajante de hoje pelas trilhas arenosas das caravanas que no passado cumpriam a jornada comercial entre o Mediterrâneo e a China, e vice-versa. O cenário ajuda a criar uma atmosfera de ficção, como se você estivesse dentro daquele livro de cidades invisíveis de Italo Calvino ou da saga medieval do veneziano Marco Polo. O real é vizinho da lenda no que hoje são o Uzbesquistão, o Quirguistão e o Tadjiquistão, suas paisagens agrestes, seus bazares atulhados e cidadelas míticas como Samarcanda.

2. Le Marche, Itália

Le Marche, na Itália

Não tem o prestigio turístico de regiões como a Toscana, a Ligúria, o Vêneto, mas em 2020 esta província visitada pelo Adriático tem uma  notável efeméride a celebrar: os 500 anos de morte de Rafael Sanzio, gênio renascentista. Os holofotes se voltarão para Urbino, terra natal de Rafael – imponente cidade murada recheada de palácios seculares. Para variar, as praias da região são limpas e avessas a multidões.


3. Tohoku, Japão

Tohuku, no Japão

O ano de 2020 haverá de ser especial para o Japão, anfitrião dos Jogos Olímpicos em Tóquio. Para a região de Tohoku, a um par de horas ao norte da capital por trem-bala, e a ocasião  para se mostrar recuperada do devastador tsunami de 2011. Os transportes foram modernizados, novas trilhas de hiking rasgam a encantadora paisagem montanhosa e as instalações turísticas se aprimoraram, numa província já afamada pelo patrimônio cultural, pelos festivais históricos, a boa comida e  a acolhida calorosa.

Eventos culturais, como os 500 anos da morte de Rafael Sanzio, que Urbino, Itália, vai lembrar, e efemérides simbólicas, tais como o bicentenário do estado do Maine, EUA, a ser festejado com lauta comilança, pautaram a escolha da Lonely Planet. O Brasil entra com um alerta vermelho

4. Maine, Estados Unidos

O gourmet que se preze começa a salivar à simples menção do nome desse estado do extremo nordeste dos EUA. As lagostas gigantes do Maine são afamadas tanto pela fartura quanto pelo sabor. E 2020 será especialmente animado – festivais, exposições, concursos, feiras – porque marca o bicentenário da adesão do estado à União, ou seja, aos Estados Unidos. A cena culinária está bombando, com confeitarias artesanais, bistrôs familiares e pequenas cervejarias. O turismo cresce, mas a exuberante natureza sabe proteger os que fogem das multidões.

5. Ilha de Lord Howe, Austrália

Se a Austrália é, como sugerem alguns, o paraíso na Terra, então a Ilha de Lord Howe é o paraíso dentro do paraíso. Patrimônio da Humanidade pela Unesco, fica ao largo da costa oriental, a duas horas de avião de Sydney e de Brisbane. São 11 quilômetros por 2,8 de natureza intensa em seus pontos extremos, lugar abençoado para a tribo dos birdwatchers e para quem gosta de mergulhar. Desde 1848 a família Rourke zela pela ilha com exemplar desvelo. Toma conta do hotel cinco estrelas, o Capella Lodge, e cuida para que o número de turistas nunca vá além de 400.

6. Província de Cádiz, Espanha

Para fazer justa companhia à deliciosa bebida local, o Jerez, DOC Jerez de la Frontera, a região aderiu à onda foodie que assola a Espanha. As estrelas do Guide Michelin começam a pingar por lá: LÚ, Cocina y Alma, de Juan Luis Fernández, tem uma, El Puerto de Santa María, de Angel León Aponiente tem três, e o Vejer de la Frontera, hotel-butique, decidiu também embarcar na alta gastronomia.

Na contramão do turismo de massa, cidades e redutos que pertencem à lenda mais que à realidade

7. Golfo de Kvarner, Croácia

As ensolaradas encostas da Dalmácia e da Ístria há algum tempo fizeram incluir as praias da Croácia no melhor do circuito europeu de verão. Agora chegou a vez dessa parte menos   conhecida e igualmente encantadora, turbinada pela responsabilidade assumida pela mimosa cidade portuária de Rijeka de ser a Capital Cultural da Europa em 2020. O espólio de obras arquitetônicas deixadas pelos venezianos – que ocuparam a região na Alta Idade Média – acrescenta charme ao lugar. 


8. Amazônia brasileira

“O mundo natural em estado puro” – celebram os editores da Lonely Planet – “com sua policromática vida selvagem e sua flora caoticamente entrelaçada. É quase uma viagem alucinógena. A floresta úmida abriga algumas das plantas e alguns dos animais mais raros do mundo, bem como comunidades que há séculos preservam esta enorme extensão de verde.” Defender a Amazônia é vital para a humanidade, especialmente agora que o perigo vem de dentro – dos predadores milicianos dispostos, sob o comando do BolsoNero, fazer da Amazônia um imenso braseiro.

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