Clima
Defesa Civil confirma primeira morte no RS após ciclone que atinge o sul do País
Augusto Mikael Rauber da Silva, de 21 anos, foi encontrado às margens do rio Capivaras, no norte gaúcho
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou, nesta segunda-feira 10,a primeira morte registrada no estado em decorrência do ciclone que atingiu a região Sul no último final de semana. A informação também foi confirmada pela família a portais de notícias locais, que haviam divulgado fotos do rapaz como desaparecido.
O corpo de Augusto Mikael Rauber da Silva, de 21 anos, foi encontrado às margens do rio Capivaras, em São José dos Ausentes, no norte gaúcho. Segundo a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, o jovem havia saído de Jaquirana na noite de sexta-feira, a caminho da casa da namorada em Criciúma, em Santa Catarina.
Ele foi encontrado sem vida cerca de 70 quilômetros do ponto de partida. De acordo com a perícia, Augusto teria sido surpreendido pelas tempestades poucos minutos depois de sair de casa, sendo arrastado pela enxurrada. O Corpo de Bombeiros Militar localizou o veículo parcialmente submerso na região da Várzea, próxima à ponte que liga o Rio Grande do Sul a Santa Catarina.
“A partir das informações coletadas pelos órgãos competentes, o óbito passa a ser contabilizado como decorrente do último evento meteorológico”, informou a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, em nota.
Outras mortes e destruição no Paraná
Além da vítima gaúcha, outras seis mortes já haviam sido confirmadas em decorrência do mesmo sistema meteorológico — todas no Paraná, estado mais afetado pelos tornados formados durante o ciclone.
Em Rio Bonito do Iguaçu, cinco pessoas morreram: Julia Kwapis (14 anos), Adriane Maria de Moura (47), Jurandir Nogueira Ferreira (49), Claudino Paulino Risse (57) e José Gieteski (83). A cidade contabiliza mais de mil desalojados, e cerca de 700 pessoas precisaram de atendimento médico por causa da força dos ventos.
A sexta vítima, José Neri Geremias (53), morreu em Guarapuava, também no Paraná. Ao lado de Turvo, no Sudeste do estado, o município está entre os mais devastados pelo fenômeno. Três tornados foram registrados, com ventos que chegaram a 300 km/h.
Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), um dos tornados foi classificado como F3 na escala Fujita, que mede a intensidade dos fenômenos de 0 a 5 — o primeiro desse tipo registrado no estado.
Estragos em três estados
Os tornados foram provocados pela combinação de uma frente fria com um ciclone extratropical sobre o Oceano Atlântico, que gerou um ambiente instável, com descargas elétricas, granizo e ventos intensos em toda a região Sul.
No Rio Grande do Sul, 39 cidades registraram algum tipo de dano, incluindo casas destelhadas, alagamentos e cortes generalizados de energia. As chuvas mais fortes ocorreram em Ilópolis, Anta Gorda e Arvorezinha, enquanto os ventos mais intensos foram medidos em Planalto, Canguçu, Passo Fundo e Tramandaí. Em Porto Alegre, as rajadas chegaram a 77 km/h, com 28 mm de chuva acumulada.
Em Santa Catarina, a Defesa Civil também confirmou três tornados na sexta-feira, nos municípios de Dionísio Cerqueira, Xanxerê e Faxinal dos Guedes. Não houve registro de feridos.
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