CartaExpressa
Witzel diz que investigação sobre morte de Marielle fez Bolsonaro o perseguir
Na CPI, ex-aliado do presidente depositou na administração federal a culpa pelos mais de 490 mil mortos pela Covid-19


O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel afirmou, antes de seu depoimento à CPI da Covid no Senado Federal que, após as investigações da morte da vereadora Marielle Franco, em 2018, o presidente Jair Bolsonaro passou a persegui-lo.
“Tudo isso começou porque eu mandei investigar sem parcialidade o Caso Marielle. Quando foram presos os dois executores da Marielle, o meu calvário e a perseguição contra mim foram inexorável”, disse nesta quarta-feira 16.
“Ver um presidente da República em uma live lá em Dubai acordar na madrugada para me atacar e dizer que eu estava manipulando a polícia do meu estado… Ou seja: quantos crimes de responsabilidade esse homem vai ter que cometer até que alguém pare ele? Se nós não pararmos, essa República chavista ao contrário vai avançar cada vez mais e o nosso país é quem mais vai sofrer”, completou.
O Instituto Marielle Franco manifestou-se sobre a declaração.
Mas ele como governador era o mínimo a ser feito e mesmo assim, depois de 1190 dias, ainda não sabemos o mandante do crime.
QUEM MANDOU MATAR MARIELLE E POR QUE? #JusticaParaMarielleEAnderson
— Instituto Marielle Franco (@inst_marielle) June 16, 2021
No depoimento, o ex-aliado do presidente depositou na administração federal a culpa pelos mais de 490 mil mortos pela Covid-19.
“Como tem um País em que presidente da República não dialoga com governador? Ele deixou governadores à mercê. Único responsável pelas mortes tem nome e endereço e tem que ser responsabilidade, aqui e no tribunal penal internacional pelos fatos”, disse.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.