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Viúva de Bruno Pereira pede retratação de Bolsonaro e Mourão por ‘declarações ridículas’

‘O presidente da República falou coisas que eu me recuso a repetir aqui’, afirmou Beatriz Matos no Senado

Imagens de um dos muitos protestos que pedem Justiça por Bruno e Dom. Foto: EVARISTO SA / AFP
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A antropóloga Beatriz Matos, viúva do indigenista Bruno Pereira, assassinado no Vale do Javari (AM) ao lado do jornalista britânico Dom Phillips, cobrou nesta quinta-feira 15 uma retração do presidente Jair Bolsonaro (PL), do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) e do presidente da Funai, Marcelo Xavier.

Matos participou de uma audiência pública na comissão temporária criada pelo Senado para acompanhar as investigações.

“Gostaria que o presidente do Brasil, o vice-presidente do Brasil e o presidente da Funai se retratassem em razão das declarações ridículas que fizeram”, afirmou Beatriz Matos. “O presidente da Funai falou em ilegalidade da presença deles ali. O presidente da República falou coisas que eu me recuso a repetir aqui. Isso não é uma questão menor. É uma questão muito séria.”

Ela lamentou não ter recebido qualquer palavra de condolência do governo brasileiro e criticou a falta de suporte do presidente da Funai.

A comissão também ouviu nesta quinta o líder indígena Jader Marubo, ex-coordenador da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, a Univaja. Ambos os depoimentos destacaram o processo de desmonte das estruturas de fiscalização na Amazônia.

“Em campanha mesmo o presidente Bolsonaro falou que iria ceifar a Funai. Hoje, entendemos o que é ceifar a Funai. Eles desestruturou a instituição. Se houvesse uma Funai forte, uma Funai atuante, uma Funai que fizesse o trabalho para o qual ela foi criada, hoje o Bruno estaria vivo”, declarou Marubo. “Tudo indica que pode acontecer isso [mortes] de novo, se nada for feito.”

(Com informações da Agência Senado)

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