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Carla Zambelli saca arma, invade lanchonete e persegue homem em São Paulo
Em outro vídeo da cena, é possível ouvir um estampido de tiro, mas não se consegue confirmar a autoria do disparo


A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) sacou uma arma e apontou para um homem neste sábado 29, em São Paulo. O caso aconteceu entre as alamedas Joaquim Eugênio de Lima e Lorena, no bairro Jardins, por volta das 17h.
Nas imagens, é possível pessoas correndo e a deputada com a arma em punho, entrando em uma lanchonete e ordenando, aos gritos, que um homem negro deitasse no chão.
CartaCapital conversou com o dono da lanchonete onde Zambelli entrou com a arma em punho. Segundo ele, a deputada almoçava em um restaurante japonês em frente ao local quando o homem passou por ela e lhe disparou ofensas e cusparadas. Em seguida, conta, ela correu atrás dele e, de arma em punho, entrou em sua lanchonete.
Em outro vídeo da cena, é possível ouvir um estampido – mas não se consegue confirmar a autoria do disparo. O mesmo vídeo mostra ainda que Zambelli estava acompanhada por um homem de cinza, também armado.
Em relato publicado nas redes sociais, Zambelli diz ter sido cercada por “militantes de Lula” e agredida. “Eles me empurraram (…) Quando ele me empurrou eu caí, saí correndo atrás dele, falei que ia chamar a Polícia, mas ele se evadiu. Daí saquei a arma, pedi para ele parar, ele parou dentro de um bar e começou pedir desculpas. Tá bom, você pediu desculpas, pode ir”, disse.
TSE proíbe transporte de armas durante as eleições
O transporte de armas e armamentos por colecionadores, atiradores e caçadores, contudo, está proibido em todo território nacional antes, durante e depois das eleições.
Em decisão de 29 de setembro, o Tribunal Superior Eleitoral implementou o veto à circulação de armas, incluindo um artigo na Resolução 23.669/2021, que trata de atos gerais do processo eleitoral.
O objetivo do TSE é restringir a circulação de armas em momento de ânimos acirrados pelo período eleitoral, causado pela polarização política que desencadeou uma série de episódios de violência em todo o País.
A determinação fixou também que armamentos não serão permitidos a cem metros dos locais de votação, salvo em hipóteses específicas.
A resolução ainda prevê que eventual descumprimento acarretará prisão em flagrante, sem prejuízo a que o infrator seja processado pelo crime eleitoral respectivo.
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