CartaExpressa
Três partidos do Centrão controlam R$ 150 bilhões do governo Bolsonaro
PP, PL e Republicanos, outrora demonizados por bolsonaristas, ocupam 32 cargos em postos-chave na administração federal


O Centrão, grupo de partidos outrora demonizado por apoiadores de Jair Bolsonaro, amplia de forma decisiva sua influência sobre os cofres públicos na reta final do governo do ex-capitão.
Levantamento publicado pelo jornal O Globo nesta segunda-feira 24 mostra que os três principais partidos do bloco – PP, PL e Republicanos – comandam ao menos 32 postos-chave no governo e gerenciam mais de 149,6 bilhões de reais.
O monitoramento também aponta que deputados e senadores dessas siglas embolsaram no mínimo 901 milhões de reais via orçamento secreto, instrumento de barganha utilizado na relação entre o governo Bolsonaro e o Congresso Nacional.
Os 150 bilhões de reais sob gestão dos maiores representantes do Centrão superam o orçamento total estimado em 2022 para os ministérios da Defesa (116,3 bilhões) e da Educação (137 bilhões).
O acesso ao dinheiro se liga à presença em cargos de destaque, como a chefia do Banco do Nordeste, ocupada interinamente na semana passada por um indicado do presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o comando do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação, sob responsabilidade de um ex-chefe de gabinete de Ciro Nogueira, ministro-chefe da Casa Civil e senador licenciado pelo PP do Piauí.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.