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‘Total capacidade para explorar sem prejudicar o meio ambiente’, diz Janja sobre petróleo na Margem Equatorial
A potencial exploração na região, que inclui a foz do Rio Amazonas, é criticada por ambientalistas, preocupados com possíveis danos à fauna e à flora


A primeira dama Janja da Silva defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira, próxima à bacia da foz do Amazonas, na costa do Amapá.
“Isso sempre foi tratado com muito cuidado, com muita tranquilidade, a exemplo do que foi o pré-sal, de como foi a condução, a Petrobras é uma potência, uma empresa de ponta no desenvolvimento de tecnologia”, disse a primeira-dama, nesta quarta-feira 13, em entrevista à CNN Brasil.
“Então acho que a gente tem total capacidade para explorar sem prejudicar o meio ambiente”, completou.
O presidente Lula (PT) também tem defendido que os estudos para uma eventual exploração de óleo na região sejam feitos de forma responsável.
A margem equatorial abrange uma área que vai da costa do Rio Grande do Norte à do Amapá. A potencial exploração de óleo na região, que inclui a foz do Rio Amazonas, é criticada por ambientalistas, preocupados com possíveis danos ambientais.
Isso porque a extração defendida pela Petrobras ocorreria a uma distância de cerca de 500 km do rio. No ano passado, o Ibama chegou a dar um parecer que impedia a iniciativa, que depois foi liberada pela Advocacia-Geral da União.
A estatal pleiteia licença do Ibama para iniciar com o trabalho de exploração. A disputa no governo começou em maio de 2023, quando o instituto negou o pedido da Petrobras para realizar testes de viabilidade no poço FZA-M-59.
Em setembro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o Brasil estaria em fase “quase final” para obter a licença necessária e que a Petrobras estaria cumprindo condicionantes ambientais. O ministro, no entanto, não cravou um prazo para a estatal obter a autorização do Ibama.
Um mês depois, no final de outubro, o impasse se intensificou quando o Ibama solicitou novos esclarecimentos à Petrobras. O orgão pede, entre outros esclarecimentos, informações sobre a composição das equipes de veterinários e biólogos que trabalharão na base e sobre o tempo de deslocamento previsto para animais acidentados. Dado o trâmite, não há chances de a licença ser concedida ainda em 2024.
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