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TCU envia para Aras investigação que pode bloquear bens de Moro

Caberá ao procurador-geral da República avaliar os documentos com valores recebidos pelo ex-juiz na consultoria dos EUA e decidir pelo bloqueio ou não dos bens de Moro

TCU envia para Aras investigação que pode bloquear bens de Moro
TCU envia para Aras investigação que pode bloquear bens de Moro
O senador eleito Sergio Moro. Foto: Mauro Pimentel/AFP
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O Tribunal de Contas da União compartilhou com a Procuradoria-Geral da República, comandada por Augusto Aras, documentos sobre os valores recebidos pelo ex-juiz Sergio Moro (Podemos) na consultoria Alvarez & Marsal, dos Estados Unidos, para que o PGR decida sobre o pedido de bloqueio de bens de Moro. As informações são da CNN Brasil.

“Determino a remessa de cópia integral destes autos ao Procurador-Geral da República para que examine a matéria e, se entender ser o caso, determine as providências para a sua apuração, assim como quanto à pertinência do eventual bloqueio de bens pugnado pelo Ministério Público de Contas”, escreveu o ministro do TCU Bruno Dantas, relator do caso, na decisão enviada a Aras.

Moro é suspeito de ter recebido valores das empresas que ele julgou enquanto era juiz. Ao todo, a Alvarez & Marsal recebeu cerca de 40 milhões de reais de empresas condenadas. Moro teria embolsado uma quantia de 3,5 milhões de reais enquanto esteve na consultoria. A suspeita é de que o ex-juiz tenha vendido informações privilegiadas.

No documento, Dantas ressalta que por conta da consultoria ter recebido altos valores de empresas condenadas por Moro na Operação Lava Jato, a real relação entre o ex-juiz e a empresa precisam ser investigadas mais profundamente.

“Se por um lado, a documentação já constante dos autos ainda não caracteriza as irregularidades apontadas na inicial, ela é mais do que suficiente para justificar a continuidade das investigações”, explica o ministro na decisão.

Dantas ainda critica as tentativas de barrar o aprofundamento das investigações. Segundo disse, é natural que Moro queira o fim do processo, mas, que é preciso antes finalizar as apurações sobre o possível conflito de interesses, bem como sobre a venda de informações privilegiadas por parte do ex-juiz.

“Não tenho dúvidas de que são fatos que precisam ser mais bem apurados. E é por essa razão que me causa estranheza certa atuação apressada de qualquer peticionante que pretenda interromper o fluxo natural do processo, antes mesmo da conclusão das apurações. É natural que os investigados desejem esse desfecho, mas não os órgãos de investigação, de quem se espera imparcialidade independentemente de simpatias pré-existentes”, destaca Dantas.

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