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STF forma maioria para que governo do Rio apresente plano de redução da letalidade policial

O PSB e organizações dos direitos humanos reivindicam mais ações além da restrição do uso de helicópteros e de regras para incursões próximas a escolas na pandemia

STF forma maioria para que governo do Rio apresente plano de redução da letalidade policial
STF forma maioria para que governo do Rio apresente plano de redução da letalidade policial
Ministro Edson Fachin. Foto: Nelson Jr./STF
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O Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta quarta-feira 2, a favor de uma determinação para que o governo do Rio de Janeiro apresente um plano com medidas para reduzir a letalidade de operações policiais durante a pandemia de Covid-19. O prazo para o estado enviar o planejamento à Corte é de 90 dias.

Pelo menos seis ministros concordaram com a apresentação do plano de redução da letalidade: Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Dias Toffoli, André Mendonça e Nunes Marques. Os dois últimos, no entanto, foram os únicos a divergir da tese do relator, o ministro Edson Fachin, que determina que os policiais só devem recorrer às armas de fogo “quando exauridos os meios não-letais, quando for preciso para proteger a vida e prevenir dano sério, ou quando houver ameaça concreta e iminente”.

Em seu voto, Nunes Marques justificou que “no Rio de Janeiro a realidade é violenta” e “a segurança pública é dever do Estado e direito de cada cidadão”. “Não vejo como se impedir que a polícia possa atender à sociedade. Presumir que a ação policial será violenta é contra a Constituição”, disse.

Já para André Mendonça, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, a medida pode significar um limitador do pleno exercício da função policial. “Se a atuação do Estado atualmente é deficiente em tais localidades, não é restringindo ou impedindo o agir dessas forças de Segurança que se solucionará o problema. Pelo contrário, como já tive oportunidade de afirmar quando ainda ministro da Justiça e Segurança Pública, onde não há Estado, há crime organizado”, disse Mendonça.

“Onde as forças de segurança pública não podem atuar à luz dos parâmetros pré-estabelecidos pelo legislador e de acordo com a melhor técnica o policial reconhecida à luz de cada circunstância nós, na minha visão, damos margem para que o poder seja ocupado por forças criminosas”, completou.

O julgamento foi interrompido devido ao horário e será retomado nesta quinta 3 para o registro dos votos dos demais ministros.

A análise do tema pelo STF, iniciada em dezembro e retomada após o recesso do Judiciário, atende um recurso apresentado pelo PSB e por organizações de direitos humanos, que tentam conseguir novas medidas, além da decisão que restringiu o uso de helicópteros nas ações e fixou regras para incursões próximas a escolas durante a pandemia.

(Com informações da Agência Estado)

 

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