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STF decide manter a prisão de cinco investigados pela ‘Abin Paralela’
A justificativa para manutenção das prisões ainda não foi divulgada


O Supremo Tribunal Federal decidiu manter a prisão de cinco investigados na quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada nesta quinta-feira 11, que apura o uso irregular da agência para monitorar ilegalmente ministros do STF e políticos opositores do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Com a decisão, vão continuar presos Mateus de Carvalho Sposito, ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o empresário Richards Dyer Pozzer, o influencer digital Rogério Beraldo de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet, policial federal, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército.
As prisões foram mantidas após audiência de custódia realizada por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. A justificativa para manutenção das prisões ainda não foi divulgada.
O monitoramento ilegal teve como alvos jornalistas, advogados, parlamentares e ministros do STF. Entre as autoridades espionadas estavam os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os senadores emedebistas Alessandro Vieira (SE) e Renan Calheiros (AL).
Além disso, a PF apontou que o órgão de inteligência era usado para o benefício dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ferramenta utilizada para o suposto esquema de arapongagem é a First Mile, comprada da empresa israelense Cognyte por 5,7 milhões de reais, sem licitação, ainda no governo de Michel Temer. O software permite rastrear pessoas a partir dos dados transferidos dos celulares por meio de torres de comunicação.
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