CartaExpressa
Stedile: A burguesia percebeu que o Bolsonaro é um insano
‘Está atordoada entre uma direita burra e uma direita gourmet’, declarou


O economista João Pedro Stedile, líder e fundador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro ainda não caiu porque a burguesia não encontrou um nome viável para substituí-lo.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada nesta terça-feira 4, Stedile disse ainda que o ex-presidente Lula está garantido no segundo turno das eleições de 2022.
“A burguesia percebeu que o Bolsonaro é um insano e não tem viabilidade, mas não decidiu ainda derrubá-lo porque a devolução dos direitos políticos do Lula colocou um bode na sala. O Lula está no segundo turno”, declarou.
“A burguesia agora está pensando se é melhor deixar que o Bolsonaro vá definhando enquanto ela encontra um nome de confiança, que eles estão chamando de terceira via, ou se é melhor derrubar logo o Bolsonaro, passar um ano e meio com o [vice Hamilton] Mourão e aí disputar eleições”, acrescentou.
Para o líder do MST, “a burguesia ainda não chegou a uma decisão de qual tática é melhor”.
“Está atordoada, confusa e dividida, entre uma direita burra, que ainda aposta tudo no Bolsonaro, e uma direita gourmet, que está envergonhada dele e ainda não criou coragem para tirá-lo. Se fosse com a Dilma, ela já teria sido crucificada, não é nem afastada”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.