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‘Sou o único chefe de Estado do mundo a ser contra essa política’, diz Bolsonaro sobre isolamento social
O ex-capitão tentou se eximir de responsabilidade e culpar prefeitos e governadores pela inflação


O presidente Jair Bolsonaro usou um evento no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira 7, para atacar prefeitos e governadores e voltar a lançar dúvidas sobre as vacinas contra a Covid-19. O ex-capitão tentou se eximir da responsabilidade pelo avanço dos preços de itens básicos.
“Estamos pagando o preço da política do ‘fique em casa e a economia a gente vê depois’. Eu, talvez, tenha sido o único chefe de Estado do mundo a ser contra essa política. É uma guerra. Ninguém vai ganhar a guerra dentro da toca ou na trincheira. Quando falei ‘gripezinha’, falei que era para mim”, disse Bolsonaro. Na sequência, tornou a questionar a vacinação de adolescentes. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estava na cerimônia.
“O número de pessoas que morrem por Covid abaixo de 20 anos tá o quê? 99,99%, Queiroga? Então por que vacina? Meu deus do céu, será que é um negócio que estamos vendo em jogo no Brasil e no mundo, que ninguém tem coragem de falar? Politicamente não é bom falar, você perde voto, perde simpatia, vão te chamar de negacionista”, prosseguiu. “Vivemos a hipocrisia, quase o mundo todo vive na hipocrisia”.
Bolsonaro tentou, por fim, se descolar da disseminação de notícias falsas sobre a pandemia e as vacinas.
“Fake news é aquilo que contraria a imprensa ou o G-7 da CPI. Você fala qualquer coisa suspeita sobre vacina e pronto, é fake news. Se botar na sua página, vai ser derrubada a sua página. Se bobear, vai para a cadeia”.
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