O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) tentou explicar nesta quarta-feira 20 a sua decisão de transferir o domicílio eleitoral de Maringá (PR) para a cidade de São Paulo. O movimento está na mira da Procuradoria Regional Eleitoral do estado, que encaminhou ao Ministério Público Eleitoral uma notícia-crime contra Moro e sua mulher, Rosângela Moro, por suposta prática de crime eleitoral.
“Eu tenho uma série de vínculos com São Paulo. Sou cidadão honorário de várias cidades aqui, da época da Lava Jato. Tenho homenagens, medalhas, Ordem do Ipiranga”, alegou Moro em entrevista à CNN Brasil. “E tenho uma relação próxima. Sou de Maringá, norte do Paraná, colonização paulista. Acabei fazendo essa opção por entender que, nesse conjunto de construção do centro democrático, era o movimento político necessário.”
O ex-ministro de Jair Bolsonaro também afirmou que São Paulo será “um dos centros dos acontecimentos” e que “o que acontece em São Paulo rebervera (sic) em todo o País”.
A denúncia encaminhada pela Procuradoria afirma que Moro e Rosângela fizeram a mudança de domicílio sem ter “qualquer vínculo” com São Paulo. Os dois se filiaram recentemente ao União Brasil e cogitam ser candidatos à Câmara dos Deputados ou ao Senado pelo estado.
Hoje, para fazer a troca de domicílio, a legislação exige residência de ao menos três meses no novo local. Porém, uma jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral estabelece que o domicílio eleitoral também ocorre pela constituição de “vínculos políticos, econômicos, sociais ou familiares”.
A defesa de Moro afirma que o ex-ministro estabeleceu São Paulo como sua base política desde que voltou dos Estados Unidos, em novembro. Diz ainda que ele passou a residir na capital paulista, no Hotel Intercontinental, cumprindo “agendas semanais” e “valendo-se da cidade como seu hub”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login