CartaExpressa

Serrano: ‘Se Musk quer manter o X no Brasil, precisa se submeter às nossas leis’

Para o jurista e colunista de CartaCapital, a ação do bilionário é uma tentativa de estabelecer um poder privado acima da Constituição

Serrano: ‘Se Musk quer manter o X no Brasil, precisa se submeter às nossas leis’
Serrano: ‘Se Musk quer manter o X no Brasil, precisa se submeter às nossas leis’
O jurista Pedro Serrano - Reprodução/YouTube CartaCapital
Apoie Siga-nos no

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou na quarta-feira 28 que o X, plataforma de Elon Musk, indique em até 24 horas um novo representante legal no Brasil, sob risco de “imediata suspensão das atividades da rede social”. Trata-se de uma resposta ao anúncio feito pela empresa neste mês de que encerraria suas operações no País, apesar de manter a plataforma no ar.

Para o professor de direito constitucional Pedro Serrano, colunista de CartaCapital, a decisão do magistrado é correta.

“Se Elon Musk quer permanecer com as atividades do X no Brasil, precisa se submeter às nossas leis, como qualquer empresa estrangeira”, explica o jurista. “Isso não se dá estritamente por razões de crimes contra a democracia que possam ser cometidos na plataforma, mas também de crimes comuns, como pedofilia ou comunicações do crime organizado.”

Para que o Estado possa combater essas ilegalidades, prossegue Serrano, as redes sociais devem ter no Brasil representantes que recebam intimações e cumpram ordens judiciais.

Na avaliação do professor, a postura de Musk indica uma espécie de autoritarismo privado: “O que ele pretende, na realidade, é estabelecer um poder privado exercente de poder político, acima do poder do Estado e do sistema de garantias de direitos, que é a Constituição.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo