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Sérgio Camargo diz que vai processar Martinho da Vila por racismo
O cantor fez críticas ao presidente da Fundação Palmares durante entrevista ao programa Roda Viva, na segunda-feira 16
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, afirmou em suas redes sociais na terça-feira 17 que vai processar o cantor Martinho da Vila por tê-lo criticado durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira 16.
O cantor foi questionado sobre como via os rumos da fundação sob a gestão de Camargo, criada para promover e preservar os valores culturais, históricos, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira.
“Agora é comandada por Camargo, bolsonarista radical. Ele é um preto de alma branca, como se diz. No duro, ele gostaria de ser branco. Ele acha que ele é branco. Ele se sente branco. E ‘tem que acabar com essas coisas todas de preto’, disse o cantor.
Camargo alega que Martinho da Vila “feriu sua honra com o uso da expressão preto de alma branca”. Na publicação, o presidente da fundação mostra o que seria o cabeçalho de uma petição em nome da vara cível de Brasília. O documento é iniciado com uma suporta citação do ator Morgan Freeman.
“O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Branca ou Amarela, e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece”, diz a passagem.
A frase atribuída a Freeman, no entanto, não pode ser considerada totalmente verdadeira. Ela remete a uma entrevista que o ator deu a Mike Wallace, no 60 Minutos, da CBS. O ator classificou como ‘ridícula’ a comemoração do Mês da História Negra – que acontece em outubro nos Estados Unidos—, mas justamente por ela se restringir ao período de um mês.
“A história negra é a história americana”, disse. Freeman ainda declarou que imagina o fim do racismo atrelado ao fim de apontamentos sobre o tema, como a diferenciação entre homens negros e brancos. “Não se fala ‘olha, aquele homem branco chamado Mike Wallace!'”.
Segundo Camargo, a ação será protocolada nesta quarta-feira 18 e ele ainda recorrerá a uma ação criminal contra o cantor pelo crime de racismo.
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