CartaExpressa
Senado adia votação sobre a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil
Projeto tramita em caráter terminativo na Casa Alta e seria analisado pela Comissão de Assuntos Econômicos nesta terça-feira


A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou, novamente, a votação de uma proposta que tenta regulamentar a venda e o uso de cigarros eletrônicos no Brasil. O PL, de autoria da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) seria votado nesta terça-feira 11 pelo colegiado.
O texto tramita, neste momento, em caráter terminativo na Casa Alta. Ou seja, se aprovado em comissões irá direto para votação na Câmara dos Deputados.
A senadora quer definir o conceito dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) — categoria que inclui cigarros eletrônicos e dispositivos similares — e estabelecer uma série de exigências para a comercialização do produto, como obrigatoriedade de apresentação de de laudo de avaliação toxicológica para o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cadastro na Receita Federal dos produtos fabricados, importados ou exportados, e cadastro no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
No Brasil, a regulamentação dos produtos fumígenos está sob responsabilidade da Anvisa, que desde 2009 proíbe a comercialização, a importação e a propaganda desses produtos. Pela proposta, porém, a Anvisa deverá avaliar, por critérios toxicológicos objetivos, se o cigarro eletrônico oferece risco inerente à saúde igual ou menor que o do cigarro convencional.
Na justificativa apresentada pela senadora do Mato Grosso do Sul, o principal argumento é de que, apesar de proibido, o comércio de cigarros eletrônicos é uma realidade.
Os senadores, no entanto, decidiram atender a um pedido da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e não avançar na análise do tema. Essa seria a segunda tentativa de votação da proposta. A primeira ocorreu em março deste ano e também foi adiada sem qualquer discussão do mérito do PL.
A previsão é de que o texto volta à pauta da CAE em até 30 dias, sem garantia de que será votado, uma vez que poderá ser alvo de um pedido de vista. Na prática, a solicitação marcaria um novo adiamento da tramitação.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Não ao cigarro eletrônico
Por Arthur Chioro
Movimento chama a atenção para os malefícios do cigarro eletrônico
Por Agência Brasil
Senado analisa a criação da Política Nacional de Assistência Estudantil nesta terça
Por Agência Senado