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Secretário de Bolsonaro marcado como ‘divulgador de fake news’ pelo Instagram diz que vai processar empresa por difamação

É importante ressaltar, no entanto, que a doutrina brasileira majoritariamente não admite crime praticado por pessoa jurídica

Secretário de Bolsonaro marcado como ‘divulgador de fake news’ pelo Instagram diz que vai processar empresa por difamação
Secretário de Bolsonaro marcado como ‘divulgador de fake news’ pelo Instagram diz que vai processar empresa por difamação
Créditos: EBC
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O secretário nacional de Fomento e Incentivo à Cultura da Secretaria Especial de Cultura, André Porciuncula, afirmou nesta sexta-feira 4 que está ‘coletando provas’ para processar o Instagram após ter o perfil na plataforma marcado como ‘divulgador de fake news’.

Desde a quarta-feira 2, ao tentar seguir o perfil, o usuário nota um aviso que o questiona sobre a certeza de prosseguir com a ação. Ele foi o primeiro integrante do governo Jair Bolsonaro a ter a marcação incluída no perfil.

“Esta conta publicou repetidamente informações falsas que foram analisadas por verificadores de fatos independentes ou que eram contra nossas Diretrizes da Comunidade”, diz o aviso emitido pelo Instagram.

Pelo Twitter, Porciuncula escreveu que usará as reportagens publicadas sobre o caso como ‘provas judiciais’ e que irá acionar tanto a empresa, quanto o funcionário por ‘difamação’.

É importante ressaltar, no entanto, que a doutrina brasileira majoritariamente não admite crime praticado por pessoa jurídica. A imputação de crime, portanto, deveria ser feita apenas a uma pessoa física.

Pela publicação, porém, Porciuncula soa determinado em processar o Instagram, que pertence a empresa Meta, a mesma que administra o Facebook e o WhatsApp.

Ainda na quinta-feira, o Secretário Nacional de Cultura, Mário Frias, que comanda a pasta a qual Porciuncula é subordinado, usou as redes sociais para repercutir o caso. Ao responder os seguidores que comentavam a marcação de seu funcionário como ‘divulgador de fake news’, Frias respondeu classificando o episódio como ‘covardia’.

“E lá se vai nossa liberdade individual. Criminoso”, escreveu Frias em outra publicação sobre o tema.

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