CartaExpressa
Se precisar, vamos subir os juros, diz Campos Neto
O Brasil fechou o último encontro do Copom como o terceiro colocado na lista das mais altas taxas reais de juros


O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira 20 que o Comitê de Política Monetária elevará a taxa básica de juros se julgar necessário. Isso ocorrerá, segundo ele, se os dados econômicos apontarem a necessidade de uma política mais contracionista.
O mandato de Campos Neto no comando do BC termina em dezembro. Até aqui, o principal cotado para substitui-lo é o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo – o presidente Lula (PT), porém, ainda não confirmou a indicação.
“Se precisar subir juros, vamos subir juros”, disse Campos Neto em um evento organizado em São Paulo pelo BTG Pactual. Ele declarou ainda que os diretores continuarão a perseguir a meta de inflação.
A próxima reunião do Copom ocorrerá em 18 de setembro. No fim de julho, o comitê decidiu, por unanimidade, manter a Selic em 10,5% ao ano. Com isso, repetiu-se a conclusão da reunião anterior, de 19 de junho, ocasião em que os diretores encerraram um ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023.
O País fechou o último encontro do Copom como o terceiro colocado na lista das mais altas taxas reais de juros, conforme um ranking atualizado pela consultoria MoneYou. Em primeiro lugar no cálculo, que desconta a inflação, está a Turquia, com 12,13%, ante 7,55% da Rússia e 7,36% do Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Campos Neto diz não ser possível afirmar que taxa de juros no Brasil é ‘exorbitante’
Por CartaCapital
Galípolo diz que a função do Banco Central é ser ‘o chato na festa’
Por CartaCapital
Galípolo diz que alta da Selic ‘está na mesa’ do Copom
Por CartaCapital