Saúde comprou, em 2020, R$ 32 milhões em preservativos femininos sem necessidade, diz CGU

A análise foi feita sobre contratos firmados em 2020, em meio à pandemia de Covid-19

Apoie Siga-nos no

O Ministério da Saúde gastou, sem necessidade, cerca de R$ 32 milhões de reais na compra de preservativos femininos durante a pandemia. O apontamento é feito em um relatório da Controladoria Geral da União que avaliou os contratos de compra dos itens, feitos em 2020.

A CGU aponta que a aquisição dos itens era desnecessária, ‘já que o estoque existente de 8,5 milhões de preservativos femininos em látex era suficiente para atender a demanda por mais de 12 meses.

“Os contratos foram baseados em um consumo médio superestimado e em uma estimativa de cobertura subestimada”, completa o órgão, com base na análise de três contratos de compra.

O órgão identificou falhas já no pregão eletrônico, modalidade licitatória que antecede a compra de bens e serviços. Aponta que ‘o PE nº 81/2020 revelou deficiência na justificativa sobre o quantitativo e a especificação dos tipos de materiais licitados e na análise crítica das cotações de preços, além da ausência de apresentação de documentos exigidos no edital e de equalização tributária no julgamento das propostas. Constatou-se também a aceitação, sem análise técnica, de garantia ilegal e não prevista nem no edital nem no Contrato nº 316/2020’.

A CGU também apontou falhas do Ministério da Saúde no controle dos contratos firmados com as empresas Precisa e Injeflex, com a aplicação de multas.

“Também foi evidenciada a atuação intempestiva e inefetiva do fiscal dos contratos no acompanhamento das entregas e morosidade do Ministério da Saúde na aplicação de multa às empresas Precisa e Injeflex, no valor total de R$ 2.790.207, as quais ainda não foram pagas”, escreveu o órgão.


A CGU recomenda ao Ministério da Saúde a apuração de responsabilidade dos agentes públicos envolvidos no caso.

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.