Rússia ataca base militar ucraniana a 25 km da fronteira com a Polônia e deixa 35 mortos

Invasão ao território ucraniano chega ao 18º dia; russos preparam cerco à capital Kiev

A fronteira da Ucrânia com a Polônia tem sido um ponto de passagem de material bélico para auxiliar a resistência ucraniana. Foto: Aris Messinis/AFP

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A Rússia expandiu seus alvos na Ucrânia neste domingo 13 com ataques a uma base militar perto da fronteira polonesa, enquanto Kiev disse que mais de 2.100 civis já foram mortos em uma de suas cidades sitiadas.

Durante a noite, as forças russas atacaram a base militar de Yavoriv, a cerca de 40 quilômetros de Lviv, um destino para milhares de deslocados, e a próximo de 20 quilômetros da fronteira com a Polônia, membro da Otan.

Nos últimos anos, essas instalações receberam exercícios com instrutores estrangeiros

“A Rússia atacou o Centro Internacional de Manutenção da Paz e Segurança. Instrutores estrangeiros trabalham lá”, disse o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov.

O bombardeio, realizado dos mares Negro e Azov, causou 35 mortos e 134 feridos, segundo o governador da região, Maxim Kozitsky.

Pior cenário em Mariupol


“Como resultado do ataque, até 180 mercenários estrangeiros e um grande número de armas estrangeiras foram eliminados”, respondeu o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

Ao sul, em Mariupol, cidade portuária sitiada há 13 dias, os moradores que sofrem com bombardeios ainda aguardavam a chegada da ajuda humanitária.

Os invasores “atacam cinicamente e deliberadamente edifícios residenciais, áreas densamente povoadas, destroem hospitais infantis e a infraestrutura urbana (…) Até hoje, 2.187 habitantes de Mariupol morreram em ataques russos”, disse o prefeito da cidade no Telegram neste domingo.

“Em 24 horas, vimos 22 bombardeios em uma cidade pacífica. Cerca de 100 bombas já foram lançadas em Mariupol”, completou.

Enquanto isso, um comboio com ajuda estava “a 2 horas de Mariupol, a 80 km”, disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, no domingo.

Vindo de Zaporizhzhia, o comboio foi bloqueado em um posto de controle russo por mais de cinco horas no sábado.

A chegada de ajuda é fundamental, pois “o sofrimento humano é imenso” na cidade, denunciou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que alertou para o “pior cenário”.

Em comunicado, a ONG lembrou que a população é obrigada a refugiar-se em abrigos antiaéreos sem aquecimento e arriscar a vida para encontrar comida e água.

Mariupol “tornou-se uma cidade mártir na guerra que está devastando a Ucrânia”, lamentou o Papa Francisco, que pediu o fim do “massacre”.

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1 comentário

MARCIO MIRANDA MACEDO 14 de março de 2022 04h29
Carta Capital, está virando um descaso com a verdade! Nesta contenda Rússiax Eua+Otan, voces estão esquwcendo do contexto belivo histórico e a Ucrânia Nazista! Estão replicando as falsas informações da Cia e da subserviência ucraniana aos EUA. UMA VERGONHA! Como dizia Renato Russo, nenhuma guerra é santa! Mas tem que se entender os contextos e a insistência de existir OTAN, mesmo após a queda da cotina de ferro e dos tratados Start e de Minsk. Perderam um assinante.

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